São Paulo, sexta-feira, 10 de março de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Erundina compara presidente a Collor

DA AGÊNCIA FOLHA, EM JUIZ DE FORA

A ex-ministra da Administração Federal Luiza Erundina criticou ontem o presidente Fernando Henrique e seu antecessor, Itamar Franco, ontem em Juiz de Fora.
Em palestra para cerca de 300 alunos na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Erundina comparou FHC a Fernando Collor.
"O modelo econômico que ele está adotando e a reforma do Estado que pretende são de inspiração collorida", disse ela.
Para ela, a gestão FHC é a "continuação piorada" do governo Itamar. "Ele está radicalizando na política de privatização e abrindo ainda mais o país ao mercado internacional, comprometendo a indústria nacional."
A ex-prefeita de São Paulo não poupou o programa Comunidade Solidária, coordenado pela primeira-dama, Ruth Cardoso. "É um órgão consultivo sem poder político algum, o que compromete sua atuação. É uma iniciativa tímida."
Erundina disse que o "modelo neoliberal" de FHC está "fazendo água" no México e Argentina.
Ela falou ainda sobre sua saída do governo Itamar. "Itamar não teve coragem de me encarar de frente e me demitiu pelo telefone. É o tamanho dele."
Erundina afirmou que o ex-presidente não teve "determinação política" para investigar as "falcatruas" levantadas por ela.
"Eram funcionários contratados irregularmente, conselheiros da Siderbrás que recebiam diárias em domingos e feriados e imóveis da União ocupados por pessoas que não estavam no governo."
A Agência Folha entrou em contato com a assessoria de Itamar para que ele respondesse aos ataques de Erundina, mas não obteve resposta até as 18h.

Texto Anterior: Tucanos fazem críticas duras ao governo
Próximo Texto: Secretário faz concurso para garantir salário
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.