São Paulo, sexta-feira, 10 de março de 1995
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Chuva pára 117,6 km e alaga centro e zona norte

DA REPORTAGEM LOCAL

A chuva da noite de ontem provocou 117,6 km de congestionamento nas principais avenidas de São Paulo e encheu de água vários bairros das regiões central e norte como Barra Funda, Casa Verde e Freguesia do Ó.
Segundo a Defesa Civil, houve diversos desabamentos na cidade mas, até as 23h, não havia informação sobre feridos.
O caso mais grave foi o desabamento do teto de uma casa na rua Sargento Agostinho Ferreira, na Vila Maria (zona norte).
Segundo a PM, às 23h de ontem, era possível ouvir gritos de pessoas sob os escombros e o trabalho de resgate continuava.
Um Fiat caiu em um córrego na avenida Ramiz Galvão, no Parque Edu Chaves (zona norte), às 18h50. Rosângela Belmonte e duas crianças de 12 e 7 anos foram resgatadas com ferimentos leves.
Um ônibus foi depredado na rua Zilda, Casa Verde (zona norte). Segundo a polícia, os passageiros se revoltaram com a lentidão do trânsito e destruíram o ônibus.
Às 23h, o trânsito ainda estava lento na marginal Tietê e nas avenidas Eusébio Matoso, Rebouças, Nove de Julho, Paulista, Tiradentes e na Radial Leste.
A marginal Tietê teve vários pontos de alagamento, entre eles as pontes da Casa Verde, Vila Guilherme, Piqueri e Tatuapé.
As ruas próximas à marginal Tietê estavam cheias de água e impediam que os motoristas desviassem de caminho.
O vale do Anhangabaú e a região do córrego Aricanduva também tiveram alagamentos.
A via Dutra ficou com o trânsito lento em toda a extensão entre São Paulo e Guarulhos, com vários pontos de alagamento.
A avenida Inajar de Souza, na Freguesia do Ó, ficou parecendo um rio. Apenas alguns ônibus e caminhões conseguiam passar pelo local. Vários carros, com problemas mecânicos por causa da chuva, ficaram parados.
Segundo a dona-de-casa Aurora Maria da Silva Nicoletti, moradora de uma transversal da Inajar de Souza, é a segunda vez este ano que a avenida fica alagada. "Qualquer chuvinha enche aqui de água. Só que, como hoje, só aconteceu há um mês atrás." Ela disse que vários vizinhos seus mudaram de casa por causa das enchentes. "Eles perderam tudo e não tinham como ficar por aqui", afirmou.
O gerente administrativo Maurício Sarmento, 34, tentava fazer seu Escort voltar a funcionar às 21h30 de ontem. O carro morreu quando ele passava na Inajar de Souza e teve que ser empurrado para cima de um canteiro. Já fazia uma hora que Sarmento estava parado no local. Junto a ele havia mais oito carros com problemas por causa da chuva.
Dois postos de gasolina da avenida ficaram cheios de água. A força da enxurrada destruiu portas de vários estabelecimentos.

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