São Paulo, sexta-feira, 10 de março de 1995
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Seca provoca estado de emergência no ES

LUÍS CURRO
DA AGÊNCIA FOLHA

O governador do Espírito Santo, Vítor Buaiz (PT), decretou anteontem "situação de emergência" em todo o Estado devido à falta de chuvas.
Dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola (Cida) indicam que, dos 71 municípios do Estado, 55 foram atingidos pela seca. Em algumas cidades não chove há seis meses.
Na capital, Vitória, a situação ainda é normal, mas os reservatórios estão abaixo do nível normal e pode haver racionamento de água nas próximas semanas.
Com a decretação da emergência, o governo pode fazer contratações sem licitação pública e remanejar recursos orçamentários a fim de combater a seca.
A região norte do Estado é a mais afetada. Há perdas na agricultura e a população sofre com o desabastecimento de água.
Nas cidades de Vila Pavão, Mucuruci, Ecoporanga, Itaguaçu, Nova Venécia e Laranja da Terra, os reservatórios estão secos, há fome e animais estão morrendo.
"Estamos enviando carros-pipa para tentar amenizar a falta d'água nessas cidades" afirmou o vice-governador e secretário de Agricultura do Estado, Renato Casagrande.
Cada carro-pipa faz em média 15 viagens por dia e para abastecer cada cidade com 10 mil litros de água.
Mas a tendência, segundo Casagrande, é essa quantidade diminuir porque os carros estão sendo obrigados a buscar água cada vez mais longe.
"Precisamos com urgência de R$ 15 milhões para colocar em prática um programa emergencial que pode salvar vidas", afirmou ontem o governador do Estado, Vítor Buaiz.
Buaiz e Casagrande viajam a Brasília na terça-feira pela manhã. Os dois têm audiências com os ministros José Eduardo Andrade Vieira (Agricultura), Dorothéa Werneck (Indústria, Comércio e Turismo) e José Serra (Planejamento).
O governador e o vice esperam que os ministros liberem recursos para a construção de poços artesianos e distribuição de cestas básicas à população.
Segundo estimativas do governo, a seca já causou um prejuízo de R$ 773 milhões para o Espírito Santo.
Esse total corresponde a R$ 703 milhões em perdas de safra e R$ 70 milhões do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre produtos agrícolas que deixou de ser arrecadado.
"Não temos recursos financeiros para enfrentar o problema sem ajuda do governo federal", afirmou o vice-governador Renato Casagrande.

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