São Paulo, sexta-feira, 10 de março de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Moeda mexicana desaba e dólar atinge 8,00 pesos

FLAVIO CASTELLOTTI
DO MÉXICO

O peso mexicano teve ontem uma forte desvalorização frente ao dólar. Nas principais casas de câmbio do país, o dólar chegou a ser negociado por até 8,00 pesos. No fechamento do dia, a moeda mexicana teve leve recuperação e o dólar ficou em 7,55 pesos.
Para se ter uma idéia, em dezembro um dólar valia 3,5 pesos.
O mercado mexicano operou nervoso após as declarações do embaixador norte-americano no México, James Jones, e nem mesmo o desmentido da Presidência da República foi suficiente para acalmar os ânimos.
Jones disse a um programa de TV dos EUA que o programa econômico em fase de elaboração pelo governo Zedillo "será muito duro e exigirá enormes sacrifícios da população mexicana".
Ele disse ainda que "não resta outra alternativa ao México que não a recessão".
Um porta-voz da Presidência negou que Jones tenha conhecimento das medidas que serão adotadas pelo México e disse que ele não se reuniu com o presidente mexicano, mas sim com o chefe da Presidência, Luis Téllez.
Na noite de terça, o subsecretário do Ministério da Fazenda, José Sidaoui afirmou que o novo programa econômico será divulgado neste final de semana.
"Inevitavelemnte haverá aumento de impostos e talvez haja aumento do salário mínimo" disse José Madariaga, presidente da Associção dos Bancos mexicanos, após reunião com Sidaoui.
Os empresários, porém, não se conformam com o aumento da carga tributária sobre as empresas.
Em Monterrey, cidade ao norte do Distrito Federal, mais de 400 empresários protestaram em frente ao Palácio de Governo. Com faixas e cartazes, eles pedem que a política econômica seja orientada ao investimento direto e não ao investimento no mercado financeiro.
No Estado de Jalisco, Leopoldo Montelongo, presidente do Conselho de Coordenação da Câmara Industrial, afirmou que os empresários vão rechaçar qualquer tentativa de aumento de impostos e que já está sendo formada uma frente com empresários para refutar o aumento de taxação.

Texto Anterior: País negocia crédito de US$ 5 bilhões
Próximo Texto: Rubin afirma que fará tudo para manter dólar
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.