São Paulo, sexta-feira, 10 de março de 1995
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Valentino é eleito presidente da Anfavea

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Silvano Valentino, presidente da Fiat do Brasil, é o novo presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Concorrendo em chapa única, Valentino foi eleito quase que por unanimidade —18 votos a favor e um em branco. É a primeira vez que a Fiat chega ao poder.
A eleição foi ontem à tarde na sede da Anfavea, em Moema (zona sul da capital). Votaram todas as empresas associadas do Sindicato Nacional da Indústria de Veículos com direito a voto.
O nome de Valentino deverá ser oficializado dentro de 15 dias —até lá, poderá haver impugnação. A posse será em 17 ou 18 de abril. Valentino vai substituir o atual presidente, Luiz Adelar Scheuer, da Mercedes-Benz.
Após a contagem dos votos, Valentino falou aos jornalistas. Agradeceu por ter sido eleito, prevendo que será "muito exigido" durante seu mandato.
Disse que não medirá esforços para ampliar o desenvolvimento do setor. Sob sua gestão "a Anfavea vai defender a competitividade internacional do setor, para pôr o Brasil entre as primeiras posições do ranking mundial".
O objetivo, disse Valentino, é proporcionar ao consumidor brasileiro veículos iguais aos fabricados em países do primeiro mundo. Concluiu dizendo que "minha eleição é consequência natural do desenvolvimento das coisas".
Apesar da insistência dos repórteres, ele evitou comentar as divergências da Fiat (através do superintendente Pacífico Paoli) com diretores das demais montadoras, especialmente com Miguel Jorge, vice-presidente de assuntos corporativos da Volkswagen.
Trégua
A eleição de Valentino põe fim, ao menos por enquanto, nas divergências que marcaram a eleição na Anfavea. Nos últimos tempos foram frequentes as divergências entre a Fiat e as demais montadoras.
Essas divergências se agravaram, no mês passado, durante reunião da câmara setorial da indústria automobilística (Paoli e Miguel Jorge chegaram a discutir na frente da ministra Dorothéa Werneck, da Indústria e Comércio).
Ontem, Miguel Jorge disse que as divergências sempre vão existir. Sobre o futuro, foi lacônico: "O futuro a Deus pertence".
Para ele, uma questão importante no futuro será tentar reduzir o IPI dos carros médios. A Volkswagen é favorável. A Fiat, não.
Scheuer reconheceu que o conflito havido na escolha do nome de Valentino é positivo. Ele disse que apesar das divergências, Valentino "chega forte ao cargo".

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