São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 1995
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PM e Guarda Civil brigam por ocorrência

DA REPORTAGEM LOCAL

Integrantes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Polícia Militar (PM) discutiram e trocaram agressões e ameaças anteontem à noite na região central de São Paulo. Os PMs queriam conduzir uma ocorrência que tinha sido atendida pelos guardas-civis. Dois PMs e um guarda-civil tiveram ferimentos leves no confronto.
Tudo começou por volta das 23h, quando o comerciante Mário Branzin, 44, sofreu uma tentativa de assalto na praça da República. Um carro da Guarda Civil foi chamado. Os três ladrões fugiram.
Branzin e os guardas-civis tentaram localizar os ladrões. Na rua Conselheiro Nébias, abordaram um casal, não reconhecido como integrante do grupo de assaltantes.
Nesse momento chegou um carro da PM. Segundo os guardas-civis, os PMs exigiam que Branzin lhes fosse apresentado.
Segundo o guarda-civil Ronaldo dos Santos Netto, o PM Aparecido Pereira teria tentado tomar sua arma. Santos teria resistido e a arma teria lhe machucado o rosto.
Segundo o PM Herbert Nunes Godói, os guardas-civis teriam impedido os PMs de conversar com Branzin. Na confusão, o PM Aparecido Pereira teria machucado a mão. Outro PM, José Carlos da Silva, teria ferido o polegar.
Todos foram parar no 3º DP (Campos Elíseos), onde foi registrado boletim de ocorrência de tentativa de roubo, ameaça mútua e lesão corporal. As armas que teriam sido utilizadas nas ameaças foram apreendidas.
O coronel Luiz Gonzaga de Oliveira, 55, comandante da GCM, disse que a atribuição da corporação é proteger as propriedades municipais e não fazer policiamento. "Mas a Guarda não pode deixar de agir quando é solicitada."
O coronel Roberto Lemes, 55, diretor de Comunicação Social da PM, afirmou que, se os guardas-civis estavam abordando suspeitos na rua, "usurparam uma função que é da PM". Segundo o PM, a confusão foi um fato isolado. "Entre a PM e a Guarda há um bom relacionamento."
É o segundo episódio polêmico envolvendo guardas-civis no ano. No dia 28 de fevereiro, Maria Aparecida Barroso, 25, foi morta a tiros por integrantes da GCM, em Taboão da Serra.
Ela estava na garupa de uma moto que os guardas-civis acreditavam ser roubada, o que não foi confirmado.

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