São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 1995
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Vítima admira talento do atleta

RODRIGO BERTOLOTTO
DO ENVIADO A GUAYAQUIL

O cinegrafista Germán Veras, 28, diz que não guarda rancor de Edmundo.
Veras trabalhou na terça-feira passada, no jogo entre Nacional e Palmeiras, como cinegrafista.
Morador de uma favela, Veras diz não ter ficado com nenhum centavo dos US$ 10 mil pagos pelo Palmeiras.

Folha - Como foi a agressão?
Germán Veras - Depois da pergunta, Edmundo pegou o braço do repórter, que deixou cair o fio do microfone. Edmundo se enrolou e depois me empurrou. Ele pisou e chutou a câmera.
Folha - Você esperava o que aconteceu?
Veras - Já fui para a fronteira cobrir a guerra e não tinha medo em um jogo de futebol. Depois de ser empurrado, minha vista se nublou. Meu ombro direito inchou.
Folha - Como seria o jogo seguinte contra o Emelec se Edmundo jogasse?
Veras - O Palmeiras ganharia por 10 a 0. Edmundo é um fenômeno. Admiro muito seu futebol.
Folha - Você vai cobrir os jogos da Libertadores no Brasil?
Veras - Não. Nossa televisão não costuma mandar pessoal para longe. Eu gostaria ir para o Rio, para ver as garotas de tanga.
Folha - Você não vai ficar com parte do dinheiro pago pelo Palmeiras à TV?
Veras - Não. É para consertar a câmera. Não pedi indenização por danos morais.

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