São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 1995
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Mãe diz que filho foi ameaçado

DA REPORTAGEM LOCAL

O feirante José Alves Neto, 39, pai de Romério, um dos garotos mortos na chacina em Suzano, disse que seu filho fugira de casa havia mais de dois anos. "Ele passava sempre em frente à nossa barraca de frutas, pedindo comida ou dinheiro", afirmou.
Segundo Josefa da Silva Neto, 38, mãe de Romério, na última segunda-feira ele havia pedido cinco reais para fugir, porque estaria sendo ameaçado de morte.
"Ele me disse que estava com medo de morrer, mas não disse quem o estava ameaçando. Só falou que se eu não desse o dinheiro ele iria morrer", afirmou Josefa.
Ela disse que conhecia "de vista" os outros quatro garotos. "Eles sempre passavam na barraca junto com o Romério", afirmou.
Visita
Durante toda a tarde de ontem, o local onde os meninos foram executados se tornou ponto de visitação dos moradores do bairro.
M., 12, que também vive no local, mostrava às pessoas que chegavam uma cicatriz na mão que, segundo ele, teria sido feita em uma briga com os meninos de rua que viviam na praça. Ele também mostrava uma bala que encontrou no local.
"Se alguém os matou é porque deviam alguma coisa", disse M.

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