São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 1995 |
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Incerteza mantém fuga de capital
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
A explicação ouvida nos meios econômicos é uma só: os investidores temem nova desvalorização do real e tratam de sair antes disso. A lógica é a seguinte: um investidor que tenha trazido seu dinheiro para o Brasil no segundo semestre de 94 recebeu de R$ 0,83 a R$ 0,85 por dólar. Agora, para sair do país, vai gastar quase R$ 0,90 para recomprar o dólar. A cada nova desvalorização do real, o prejuízo aumenta. Por isso, se o investidor acha que haverá nova desvalorização, com o dólar chegando, por exemplo, perto de R$ 1, o negócio é sair antes. Claro que o dinheiro aplicado aqui teve rentabilidade. Mas boa parte dele está em Bolsa, em queda desde a crise do México. Está acontecendo o que se temia: não acreditando que a desvalorização fosse feita de uma só vez, investidores aumentam a saída de dólares —o que pode forçar nova desvalorização. Assim, o esforço do governo é o de demonstrar que restabeleceu o equilíbrio das contas externas. LEIA MAIS sobre fuga de capitais na pág. 2-3 Próximo Texto: Moda pega; Higiene pessoal; Licitação internacional; De uso pessoal; Perdas na Suíça; Opção de compra; Olho na estatal; Peças de resistência; Economia carioca; Corte na prancheta; Lugar certo Índice |
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