São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 1995
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Bolsas de São Paulo e Rio preparam fusão

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Pela primeira vez na história, o Conselho de Administração da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) reúne-se com o do Rio de Janeiro. A reunião acontece na Bolsa do Rio, na próxima segunda-feira. Em pauta: a fusão das duas Bolsas.
A razão principal da fusão ou pelo menos da realização de acordos operacionais é que a Bolsa paulista já movimenta 92% do mercado nacional de ações e há um processo de crescente esvaziamento das outras bolsas regionais com a vinda das corretoras, empresas e investidores para São Paulo.
O montante negociado pela Bolsa paulista em fevereiro foi de US$ 6,3 bilhões —92% do mercado nacional. O volume foi 12,9% acima do registrado em janeiro.
O presidente da Bovespa, Alvaro Augusto Vidigal, diz que vai à reunião sem idéias preconcebidas. Ele se diz favorável à criação de um mercado nacional. As demais Bolsas regionais por falta de negócios acabaram perdendo competitividade.
Vidigal diz que "não se pode perder os parceiros do Rio". Ele diz ser importante a "aproximação das Bolsas" e acha necessário se procurar alguma maneira de operar conjuntamente.
Vidigal acredita, em termos pessoais, que se deve caminhar para uma fusão de Bolsas. Não há ainda, no entanto, consenso entre os Conselhos das Bolsas sobre a idéia de fusão.
Ele observa que os corretores cariocas já estão operando mais em São Paulo do que no Rio, pois há um ciclo vicioso em que o volume maior de negócios na entidade paulista continua a atrair mais investidores.
Ele diz que na reunião de segunda-feira haverá um "início de diálogo dos dois Conselhos de Bolsas" com o objetivo também de padronizar os códigos de negociação e a formação de uma empresa externa de liquidação dos negócios. "Se houver o desarmamento dos espíritos, eu acredito que as soluções poderão ser positivas"', diz.
A empresa externa de liquidação nacional de negócios deverá procurar admitir novos participantes. A idéia é possibilitar que, além de corretoras e bancos, seja possível a participação de instituições financeiras internacionais na empresa de liquidação nacional, diz.
O presidente da Bolsa do Rio de Janeiro, Fernando Opitz, disse que não foi ainda analisada a idéia da fusão. Segundo ele, a reunião da próxima segunda-feira será "histórica", pois representará "um estreitamento de laços entre as duas Bolsas" e "uma discussão do papel dos corretores e do mercado de capitais para o sucesso do Plano Real".

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