São Paulo, sábado, 18 de março de 1995
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Governo decide vender Light e Meridional

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal quer fazer uma completa revisão da sua lista de 136 estatais, de modo a se livrar das empresas que não mais lhe interessam e confirmou para este ano ainda as privatizações da Light e do Banco Meridional.
Tirando as que o governo achar conveniente manter, tudo que possa ser vendido deverá ser incluído no PND (Programa Nacional de Desestatização). Aquelas cuja venda não for viável serão incorporadas ou simplesmente liquidadas.
O anúncio foi feito ontem pela diretora de privatização do BNDES, Elena Landau, após discussão do tema pelo Conselho Nacional de Desestatização.
O conselho decidiu que se comece imediatamente a elaboração de um levantamento das empresas passíveis de inclusão no programa de privatização, de incorporação em outras empresas ou de liquidação.
Além da maior racionalidade do sistema estatal, o governo busca não apenas obter recursos com a venda de empresas. Quer também se livrar do repasse de recursos a empresas deficitárias.
Conforme Elena Landau, a intencão é ter o levantamento pronto até a próxima reunião do Conselho, que não tem ainda data marcada. O Conselho reúne-se pelo menos uma vez por mês.
A diretora do BNDES confirmou a determinação de privatizar ainda este ano a Light e o Banco Meridional, mais provavelmente no segundo semestre.
RFFSA
O Conselho decidiu ainda socorrer a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A). Um grupo de trabalho coordenado pelo Ministério da Fazenda ficou encarregado de estudar e propor formas de viabilizar o repasse de recursos já previstos no Orçamento Fiscal.
O grupo deverá propor medidas que permitam "repassar o máximo possível (de recursos), o mais rápido possível", disse Elena Landau. Segundo ela, a situação de déficit de caixa da RFFSA é "crítica".
Socorro
O socorro é considerado urgente para que não se comprometa a qualidade operacional da empresa.
O governo precisa manter a rede funcionando bem, com condições de manter a malha ferroviária, pelo menos até entregar os serviços de transporte ferroviários à iniciativa privada, através de concessão.
Caso contrário, explicou a diretora do BNDES, há o risco de haver de o preço da concessão se depreciar pela perda de qualidade operacional da malha.
Os leilões de concessão devem ser iniciados em julho. A malha ferroviária será dividida en seis regiões, entregues a concessionários diferentes.

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