São Paulo, sábado, 18 de março de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cresce tensão em fronteiras da AL

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A tensão nas fronteiras entre a Venezuela e a Colômbia e do Peru com o Equador cresceu ontem.
Tropas venezuelanas e colombianas entraram em estado de alerta diante da ameaça de novos ataques guerrilheiros na área.
Além disso, o Exército venezuelano demonstrou a disposição de invadir a Colômbia caso a Venezuela volte a ser atacada por guerrilheiros do país vizinho.
Em 26 de fevereiro, oito marinheiros venezuelanos foram mortos por guerrilheiros colombianos no posto fluvial de Cararabo.
O ataque provocou a reação do presidente da Venezuela, Rafael Caldera, que exigiu das Forças Armadas colombianas uma ação eficiente contra a guerrilha.
Caldera deslocou mais de 5.000 soldados para a região de fronteira e disse que, em caso de ataque, suas tropas poderão passar a fronteira para perseguir guerrilheiros.
Integrantes do Executivo e do Legislativo da Colômbia disseram que a presença de tropas estrangeiras em território colombiano seria uma violação da soberania nacional e poderia levar à guerra.
Os governos dos presidentes Caldera e Ernesto Samper (Colômbia) concordam que os guerrilheiros estão tentando levar os dois países a um conflito.
Para o escritor venezuelano Arturo Uslar, "a situação entre Colômbia e Venezuela ameaça converter-se num grande conflito".
Para Hugo Chávez, líder de tentativa de golpe em 1992 na Venezuela, interesses transnacionais estão empurrando os países para a guerra. Ele denunciou a existência de plano do governo para matá-lo.
Na fronteira entre Peru e Equador, dois soldados peruanos morreram ao pisar numa mina perto do Posto de Vigilância 1.
A tensão na região foi intensificada com a descoberta de um carregamento de armas supostamente destinado a um dos dois países.
Um avião russo Antonov 125 foi detido no arquipélago português dos Açores. Seus documentos indicavam que ele carregava "material sanitário" da Eslováquia para a República Dominicana.
O avião tinha permissão para escala nos Açores, mas as autoridades locais suspeitaram quando o comandante pediu para mudar seu destino para Curaçau (Caribe).
Investigações posteriores revelaram que o avião tinha três planos de vôo: Santo Domingo, Curaçau e Equador. Militares portugueses disseram à agência "Lusa" que o avião carregava armas para o Peru.
Segundo o jornal "O Independente", há duas baterias de mísseis no avião. Já militares ouvidos pela "Efe" falam em armas leves.

Texto Anterior: Cingapura enforca filipina de 42 anos; Canadá abandona negociação com UE; Alauitas reúnem-se com dirigente turca; Preso que preferiu a morte será executado; Ofensiva do governo afegão mata cem; Sequestrado avião etíope para o Sudão; Afastado 5º jurado no caso O.J. Simpson
Próximo Texto: Zapatistas aceitam retomar diálogo se tropa mexicana sair de Chiapas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.