São Paulo, domingo, 19 de março de 1995 |
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Pediatra apóia uso em casos agudos e crônicos
JAIRO BOUER
Alguns antidiarréicos que estão sendo recolhidos em todo país têm sido utilizados há vários anos —sem causar qualquer tipo de problema— em consultórios pediátricos e hospitais de São Paulo. Dorina Barbieri, chefe do grupo de gastroenterologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da USP, diz que a proibição ao uso dessas medicações não deveria ser generalizada. Os antidiarréicos podem ter uma função complementar no tratamento da diarréia aguda na criança. Esses remédios diminuem a frequência das evacuações e encurtam o processo em até dois dias. Eles não curam a diarréia mas funcionam como sintomáticos, ou seja, aliviam os sintomas. Os antidiarréicos também são importantes no tratamento das diarréias crônicas das crianças. Enquanto o tratamento específico não restaura a função da mucosa, esses medicamentos diminuem a frequência das evacuações e o risco de desidratação. O maior problema são as mães que dão essas medicações a seus filhos sem auxílio médico. Dorina fez uma revisão de publicações especializadas em todo o mundo e não achou dados que justificassem a proibição. A única exceção é o relato de duas mortes de crianças no Paquistão. As condições prévias de saúde das crianças não são claras. Segundo a pediatra, uma consulta aos dados do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica de São Paulo) revelou apenas três queixas referentes ao uso de um dos antidiarréicos proibidos. A única queixa grave dizia respeito a problemas neurológicos em um bebê de quatro dias que recebeu uma dose muito elevada da medicação. (JB) Texto Anterior: Remédio ajuda aidéticos Próximo Texto: FHC deve participar de inauguração em SP; Hospital dá diagnóstico de eletro por fax; O NÚMERO; A FRASE; Rejeição materna pode levar bebê a violência; Risco de diabetes dobra em obesos que fumam; Brasil sedia evento inédito sobre tosse Índice |
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