São Paulo, domingo, 19 de março de 1995
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Acusações atrapalham Balladur

ANDRÉ FONTENELLE
DE PARIS

Edouard Balladur, 65, não contava com uma eleição tão difícil. Pairando tranquilo no topo das pesquisas desde que se tornara primeiro-ministro, hoje pode até ficar fora do segundo turno.
Filho de um banqueiro turco que chegou à França nos anos 30, Balladur tem uma carreira política curta, apesar da idade.
Seu primeiro contato com o poder veio no fim dos anos 60, como conselheiro de Georges Pompidou (1911—74), quando este foi primeiro-ministro.
Balladur também foi secretário-geral do Eliseu nos dois últimos anos de mandato de Pompidou como presidente, 73 e 74.
Em seguida, se voltou para a iniciativa privada. Passou a presidir uma empresa de informática, o que hoje lhe traz problemas.
Balladur é acusado de não ter vendido todas as ações da empresa ao retornar à política, como ministro das Finanças de Jacques Chirac (1986—88), deputado e, finalmente, premiê, desde 1993.
Ele teria se beneficiado de uma lei aprovada por ele mesmo para lucrar com as ações. O premiê refuta as acusações.
Sua queda nas pesquisas também se deve a escândalos de corrupção de seus ministros. Três tiveram que pedir demissão e um deles está preso.(AFt)

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