São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
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TCU inicia devassa em órgãos públicos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O TCU (Tribunal de Contas da União) iniciou ontem a maior devassa já feita nos contratos e licitações do setor público federal.
Ao todo, 420 auditores —cerca de 50% de toda a equipe do TCU— passarão cinco dias investigando 211 órgãos públicos e empresas estatais.
Só na administração direta, autarquias e fundações, o volume de recursos investigados chega a R$ 2 bilhões —37% de todo o volume licitado no ano passado.
A operação vinha sendo preparada em sigilo há cerca de três meses, desde que Marcos Vilaça assumiu a presidência do TCU. Os dados referentes às licitações e aos contratos sob alvo foram previamente analisados.
É preciso verificar de perto, por exemplo, se determinado serviço que foi objeto de licitação está sendo mesmo prestado ou se determinado bem adquirido foi de fato entregue.
Um dos principais alvos é o superfaturamento de preços. Vilaça quer levantamento mais abrangente do que conseguiu a CEI (Comissão Especial de Investigação) no governo Itamar.
Nos poucos setores que analisou, a CEI constatou um sobrepreço em média de 40%.
As 211 instituições sob devassa do TCU foram escolhidas conforme o volume de recursos envolvidos nas licitações e contratos.
Só na administração direta, a auditoria está investigando 43 órgãos. No âmbito da administração indireta estão sendo investigados três órgãos autônomos, 32 fundações e 54 autarquias, entre elas o BC, além de 79 empresas estatais.
O trabalho de auditoria externa vai até a próxima sexta-feira. O prazo para conclusão dos relatórios é o próximo dia 29.

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