São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
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Diminui o ritmo de alta da inflação, apura Fipe

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A previsão de aumento acelerado no ritmo da inflação em março pode não se confirmar. A taxa acumulada de alta dos preços nos últimos 30 dias até 15 de março foi de 1,63%, pouco acima do acumulado de 1,61% até 7 deste mês.
Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e se referem às famílias com renda de até 20 salários mínimos no município de São Paulo.
A previsão inicial era de uma taxa entre 2,2% e 2,3% para março. Agora, Heron do Carmo, assistente de coordenação do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, prevê inflação de até 2% para este mês.
O economista espera uma taxa menor devido à queda de pressão em vários itens de peso na composição do índice.
Os alimentos, que subiram 1,47% na primeira quadrissemana do mês, tiveram reajuste menor na segunda: 1,24%. O setor de serviços já mostra sinal de acomodação nos preços, enquanto vestuário caiu mais (-2,89%) no período.
A Fipe não captou ainda pressão de preços devido ao ajuste cambial feito pelo governo há 15 dias. Os setores que deveriam refletir a desvalorização do real são alimentos industrializados, artigos de higiene e de limpeza, eletrodomésticos e veículos.
Técnicos da Fipe atribuem, ainda, a desaceleração da taxa à queda do consumo. Os setores onde há pressão são veículos e eletrodomésticos, diz Heron do Carmo.
Dois fatores mostram que a demanda não está aquecida: a redução da taxa de aumento dos alimentos industrializados e a liquidação no setor de vestuário, diz o assistente de coordenação do IPC.
O poder de compra do paulistano está menor e deve cair ainda mais com a aceleração dos preços dos aluguéis e das mensalidades escolares. Os aluguéis subiram 10,55% na segunda quadrissemana de março, contra 7,92% no mesmo período de fevereiro.
No caso das mensalidades, a Fipe mostrou aceleração de 9,9% nos preços nos últimos 30 dias. Só aluguel e mensalidades escolares são responsáveis por um ponto da taxa de 1,63% da inflação.
Entre os alimentos, os "in natura" mantêm taxa elevada de reajuste, mas com tendência de queda. Na segunda quadrissemana a alta média foi de 9,39%, contra 9,66% na primeira de março.
Os preços começam a subir menos também no setor de alimentação fora do domicílio. A alta no período foi de 1,34%, abaixo dos 2,58% da primeira quadrissemana.
O custo da alimentação fora do domicílio está subindo mais que o custo geral dos alimentos.

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