São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
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Sarin é 500 vezes mais letal do que o cianeto

DA REDAÇÃO E DO "THE INDEPENDENT"

Para quem quer usar armas químicas, o sarin é uma escolha óbvia. Na forma mais pura, é cerca de 500 vezes mais mortal que o cianeto. Menos de um miligrama —uma cabeça de alfinete— pode matar uma pessoa.
Ao inalar o gás, pupilas se contraem e a visão fica embaçada. Com doses baixas há apenas dores no peito e falta de ar.
Doses maiores provocam dores de cabeça, fraqueza muscular, tremores, vômito e incontinência. Uma dose letal causa convulsões até parar coração e pulmões.
Fácil de produzir, armazenar e transportar na forma líquida, o sarin pode ser liberado como gás através de bombas ou aerossóis.
O vapor é letal se respirado em concentração superior a 100 miligramas por metro cúbico a cada minuto. O sarin inibe uma substância crucial às células nervosas.
Para produzir a quantidade necessária ao ataque de ontem, bastaria um pequeno laboratório e produtos químicas comuns.
Não deve haver sequelas nas vítimas do ataque que foram levadas depressa ao ar livre. Mas pode haver reações alérgicas, ou maior sensibilização a novos ataques.
Em Tóquio houve poucas vítimas provavelmente porque os túneis do netrô são bem ventilados, diz José Atilio Vanin, do Instituto de Química da USP.
Os organofosforados foram descobertos em 1936 na Alemanha nazista, que chegou a fabricar 300 mil toneladas deles como armas químicas —sem usá-las.
Até 1982, os EUA tinham 4 milhões de litros de sarin. O Iraque de Saddam Hussein já matou cerca de 5.000 curdos com organofosforados em 1988. Na Guerra do Golfo, os EUA bombardearam fábricas do gás letal no Iraque.

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