São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Moda jovem pulsa com os desfiles de Leroy em Paris

ERIKA PALOMINO; COSTANZA PASCOLATO
ENVIADA ESPECIAL A PARIS

COSTANZA PASCOLATO
Hip hurrah! A moda jovem pulsa. Véronique Leroy demonstra em seu desfile de ontem o domínio sobre seu universo de estilo. A pequena belga se aprofunda nos devaneios anos 70 e 80 com inteligente auto-ironia (na trilha sonora, os temas de "Rocky, o Lutador", "Carruagens de Fogo", "007").
VL trabalha bem com seus hypes, como estampas animais (leopardos e zebras) em bodies inteiriços que, fora da performance, servem como base para parkas atoalhadas, com capuz.
A silhueta é justa e os comprimentos curtos. Nos sintéticos sobre o ciré, formas duras, quase espaciais, tudo em marrom, combinados com pele falsa.
Ann Demeulemeester causa sensação. Quebra um pouco da austeridade desconstrutivista que lhe deu fama em um dos melhores usos do Gender-bender da temporada. As mulheres vêm sensuais e quase agressivamente masculinas. São decididas e fortes em paletós mais compridos e calças retas, com carimbo de modernidade.
As gravatas usadas com esses ternos têm a parte de baixo mais grossa, quase como um foulard. Transformam em camisetas sem manga e depois num sensacional vestido-gravata.
Jean Colonna faz overdose de looks em crocodilo falso, tudo ajustado e pequeno. Cintos mais altos marcam a cintura. Os plásticos vêm com uma manga só, em amarelo e preto ou verde e preto, quase para o futurista.
Nos homens, os paletós chegam ao joelho. O mais original: ao tirar o casaco, o que parecia ser um vison total, era na verdade apenas uma gola da pele falsa sobre uma T-shirt.
Na tarde de ontem Valentino faz com correção o estilo clássico que suas clientes esperam. Vê-se a volta das ombreiras (ainda sob controle), os casacos mais longos e a cintura mais baixa, em vestido com a parte de cima justa ao corpo e gola alta.
Em Chanel, ontem de manhã, Karl Lagerfeld tenta sair da linha ajustada criada por ele mesmo e por Versace. Encomprida saias (naquele pelo-joelho ou abaixo dele que sempre envelhece), escurece cores, alarga um pouco a silhueta, rumo aos anos 20, e baixa a cintura.
Uma das passagens traz um top de malha, com todas as declinações do twin-set. Em vez de o forro ser de rendinha ele vem cor da carne, com as sainhas, o que deverá ser um dos itens que serão copiados pelo mundo.
Depois de uma grande sequência de preto total, o final é o avental, sempre sobre o preto.
A estrutura desses camisões reproduz os looks usados informalmente pelas modelos de hoje, embrulhadas em seus grandes casacos e também as vestes usadas por modelos Chanel em foto de 1937 mostrada no programa.

Texto Anterior: EM RESUMO
Próximo Texto: Última libra rende prêmio na loteria; Europeus aprovam pacto de estabilidade; Itália libera verba da Aids após protesto; Viúva de Schindler se reúne com o papa; Barco atômico entra em águas chilenas; Executado homem que preferiu a morte; Morto chefe da máfia calabresa; Itália controla propaganda eleitoral
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.