São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995
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Ministros fazem romaria para se explicar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso, 63, determinou a seus ministros que compareçam em romaria ao Congresso. Quer que seus auxiliares se expliquem à exaustão, se possível antecipando-se às críticas.
Ontem, havia cinco ministros no Congresso, além do presidente do BC (Banco Central), Pérsio Arida, acompanhado de toda a diretoria da instituição, exceto Alkimar Moura (Política Monetária).
Arida forneceu aos congressistas explicações sobre o terremoto do câmbio, que sacudiu o Plano Real há duas semanas e até hoje reverbera no mercado financeiro. O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, compareceu à comissão que analisa a emenda da flexibilização do monopólio das Telecomunicações.
O ponto mais espinhoso das reformas é, porém, a Previdência. Para tentar vencer resistências, o governo escalou três ministros. Ontem, eles se reuniram com parlamentares do PTB, PL e PP: Nelson Jobim (Justiça), Reinhold Stephanes (Previdência) e Paulo Paiva (Trabalho).
Paulo Renato Souza, ministro da Educação, tentou eliminar um outro foco de atritos do governo no Congresso: as dúvidas em relação à medida provisória que institui o teste final para os alunos de universidades.
Ele compareceu à comissão mista incumbida de analisar a proposta. Disse que a providência é essencial para o esforço do governo de tentar melhorar a qualidade de ensino no país.
Os parlamentares reagiram positivamente à presença dos ministros no Congresso. A idéia de Fernando Henrique é inaugurar um novo estilo, no relacionamento com o Congresso.
O presidente pretende analisar com seus auxiliares, nos próximos dias, os resultados práticos da estratégia. Se julgar que a experiência está sendo bem sucedida, pode dispensar a nomeação de um articulador político.
Continuaria exercendo ele próprio as atribuições de articulador.

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