São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995 |
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FHC ainda procura um FHC
EMANUEL NERI
Inicialmente, a função ficaria com um eventual articulador político, pedido pelo PSDB. Mas o partido já não está certo disso (leia reportagem ao lado), e o papel poderá ficar com um ministro. No governo Itamar, FHC foi inicialmente ministro das Relações Exteriores. Depois, na Fazenda, foi o principal negociador na aprovação de projetos de interesse governamental. FHC se ressente da falta de uma pessoa com perfil semelhante ao seu. Pensou em vários nomes para exercer a função. Um deles foi o do ministro do Planejamento, José Serra. Outra opção é o ministro das das Comunicações, Sérgio Motta. Os dois, porém, enfrentam resistências em áreas políticas e podem aumentar os problemas do governo. Sugerido pelo PFL, o vice-presidente Marco Maciel é rejeitado pelo PSDB. As dificuldades para achar alguém que preencha tal perfil fizeram com que FHC pensasse na figura do articulador. Nesse caso, há sugestões para que seja criada uma espécie de secretaria de governo para abrigar o escolhido. Nessa hipótese, o presidente daria status de ministro ao articulador. Mas FHC também enfrenta problemas. Indicado pelo governador paulista Mário Covas, o ex-senador José Richa (PR) não tem demonstrado muito interesse. Outra opção seria o deputado Roberto Brant (PTB-MG), que está trocando seu partido pelo PSDB. Seu padrinho é o ex-governador mineiro Hélio Garcia. Mas Richa e Brant não têm o peso político imaginado pelo presidente. A auxiliares, o presidente tem dito que necessita de alguém com prestígio suficiente para negociar em condições de igualdade com figuras do porte dos senadores Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Sarney (PMDB-AP). No governo anterior, FHC tinha autonomia para negociar em nome do presidente e ainda servia de amortizador nos conflitos de Itamar com o Congresso. Texto Anterior: Presidente quer Motta apenas como ministro Próximo Texto: PSDB já recua de articulador Índice |
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