São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995
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Hélio Silva é acusado de plágio por advogado

DA SUCURSAL DO RIO

O historiador Hélio Silva está sendo acusado de plágio pelo advogado Alberto Venâncio Filho, 61. Silva morreu há um mês, aos 90 anos. Era considerado um dos maiores historiadores do país.
Membro da Academia Brasileira de Letras, Venâncio Filho fez a acusação na última sessão da entidade, quinta-feira passada.
Após o discurso do empresário Cândido Mendes em homenagem ao historiador, Venâncio Filho apresentou ao presidente da Academia, Josué Montelo, o que chamou de "provas do plágio".
O advogado mostrou cópia do verbete de sua autoria para o Dicionário Histórico-Geográfico Brasileiro, editado em 1984 pelo CPDoc (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil) da Fundação Getúlio Vargas. O verbete trata da Constituição de 1934 e foi escrito, segundo o advogado, em 1982.
Venâncio Filho mostrou também uma cópia do capítulo sobre a Constituição de 34 do livro "As Constituições do Brasil", pedido a Hélio Silva pelas Organizações Globo e impresso na editora Lidador em dezembro de 1985.
No livro da Globo, Silva foi responsável pelo texto de apresentação de cada Constituição. Os dois textos referentes à Constituição de 34 —de Silva e de Venâncio Filho— são idênticos.
A historiadora Maria Cecília Ribas Carneiro, que colaborou com Hélio Silva durante 35 anos, atribuiu o "plágio" a um casal de pesquisadores que teria sido contratado por ele para ajudá-lo a escrever o livro "O Poder Civil".
"Foi um plágio involuntário e desconhecido. O livro estava em cima do prazo e não dava tempo de conferir", disse ela.

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