São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995
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Foge delegado acusado de ser líder de ladrões

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado Marcos Vinicius Linhares fugiu ontem de manhã quando era levado para depor no fórum de Atibaia (SP). Os dois investigadores que o escoltavam foram presos em flagrante sob a acusação de facilitar a fuga.
Linhares é acusado de assassinar presos, traficar drogas e liderar uma quadrilha de policiais e ladrões de cargas que agia na rodovia Fernão Dias, na região de Bragança Paulista (SP) e Atibaia, onde trabalhava.
Ele teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça em dezembro de 94 e ainda não foi julgado. Linhares afirmava ser inocente e vítima de um complô.
O delegado estava detido desde janeiro no Presídio Especial da Polícia Civil, no Carandiru (zona norte de SP).
Na manhã de ontem, ele saiu do presídio em uma Ipanema. Com ele estavam dois outros policiais que, acusados de fazer parte da mesma quadrilha, também seriam interrogados no fórum de Atibaia.
Os três estavam sendo escoltados pelos investigadores Vilmar Assunção Ferreira e Sidnei Lino da Silva, ambos da Divisão de Capturas da Polícia Civil.
Pouco depois de sair do presídio, Linhares teria simulado uma dor de barriga. Os investigadores pararam o carro para que o delegado fosse ao banheiro de um bar na avenida Cruzeiro do Sul.
O local fica a um quilômetro do presídio, a 500 metros do Depatri (Departamento de Prevenção a Crimes Contra o Patrimônio da Polícia Civil) e a cem metros de um quartel da PM.
Linhares desceu do carro. Os investigadores retiraram as algemas do delegado que, segundo os membros da escolta, fugiu correndo pela avenida e desapareceu.
Os dois investigadores foram ao 9º DP para registrar a fuga de Linhares e acabaram presos.
"Avisamos a Polícia Federal para que ela impeça o delegado de fugir do país", disse o delegado Luiz Roberto Ramada Spadafora, 53, diretor da Corregedoria da Polícia Civil.
Spadafora afirmou que as polícias Civil e Militar foram avisadas para capturar o fugitivo. Segundo ele, a Corregedoria também abriu um processo administrativo para apurar a responsabilidade dos investigadores na fuga.

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