São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995
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"Uma seringa limpa poderia ter salvado a minha vida"

Rapaz que se infectou com seringa diz que desconhecia perigo

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A auxiliar de enfermagem Eunice P., 26, acha que troca de seringas "é dinheiro jogado fora". "Drogado não sabe o que está fazendo."
Eunice pegou Aids há cinco anos do marido, um usuário de drogas que morreu em 93. O casal teve um filho de dois anos, Fernando, que não tem o vírus.
"O governo tinha mais é que fazer campanha contra a droga."
Lucas S., 24, "tomou pico" quando tinha 17 e hoje tem o vírus da Aids. "Se soubesse do perigo, não teria entrado nas rodas. Uma seringa limpa poderia ter me salvado", diz.
O ex-comerciante E.K.P., 33, defende a proposta. "Tomei pico por dez anos. Já estive em grupo de 20, depois descobri que estavam com o vírus."
P. diz que uma seringa nova pode ajudar. "Na neurose, quando a seringa entope, você quer outra. Se não tiver, vai pegar a do colega." Na sua opinião, o "projeto deveria ter começado bem antes".

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