São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995
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Bancos devem controlar melhor risco de negócios, dizem consultores

DA REPORTAGEM LOCAL

Bancos devem controlar melhor risco de negócios, dizem consultores
Os bancos brasileiros devem criar comitês de riscos integrados por diretores familiarizados com todas as operações, principalmente nos mercados de derivativos -contratos futuros, de opções e de trocas de moedas e taxas de juros ("swaps" -e aperfeiçoar seus mecanismos de avaliação e controle de risco.
A recomendação foi feita ontem em São Paulo a 20 banqueiros brasileiros pelos consultores norte americano Keith Stock e alemão Ulrich Burchard, da ATKearney, empresa de consultoria especializada na administração de serviços financeiros.
Segundo Stock, o Banco Central, em vez de ficar restrito a controles quantitativos, também precisa entender e se preocupar com o risco na regulamentação das operações no mercado financeiro.
Como exemplo, ele disse que o Banco Central se preocupa apenas com a quantidade de recursos que os bancos destinam ao financiamento da agricultura e não com o risco envolvido na operação.
A ATKearney chegou a essa conclusão depois de analisar os desdobramentos da crise do México e do terremoto do Japão no mercado financeiro e a experiência do banco Barings.
Esse tradicional banco inglês foi à bancarrota por conta de apostas erradas no índice futuro Nikkey, da Bolsa de Tóquio, pelo operador Nick Leeson, de 28 anos, gerente do escritório de Cingapura.
Segundo Stock, os diretores do Barings em Londres não conheciam profundamente o mercado de derivativos e, consequentemente, não souberam medir os seus riscos. Para ele, a experiência mostrou que as análises de risco das operações em cada mercado devem avaliar o impacto sobre toda a organização.

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