São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995
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Explicações convencem políticos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A maioria dos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos se contentou com as explicações dadas ontem pelo presidente do Banco Central, Pérsio Arida, sobre as turbulências no mercado de câmbio e as denúncias de vazamento de informações privilegiadas ao mercado.
"Ficou claro que Arida convenceu a todos os senadores", disse Gilberto Miranda (PMDB-AM), presidente da Comissão, que chamou de "sensacionalismo do PT" a idéia de examinar mais dados em uma sessão secreta.
Esperidião Amin (PPR-SC) disse estar convencido que Arida não cometeu qualquer ato ilícito, mas defendeu mudanças no sistema de relacionamento do BC com o mercado.
A idéia de estabelecer uma "quarentena" —período de dois anos pelo qual ex-dirigentes do BC não podem trabalhar na iniciativa privada— ganhou força no Congresso com a recente crise envolvendo Arida.
Ela foi defendida ontem por Pedro Simon (PMDB-RS), Amin e parlamentares do PT. A proposta é baseada em projeto do ex-presidente Itamar Franco, já aprovado pelo Senado.
O próprio Arida disse ontem, durante seu depoimento, que é favorável ao projeto de "quarentena", desde que haja um mecanismo que estabeleça mandatos fixos para o presidente e diretores do BC.
Só demonstraram insatisfação com o depoimento de Arida os petistas Eduardo Suplicy (SP) e Lauro Campos (DF).
Suplicy lembrou que o Senado fora mais rigoroso na arguição do ex-ministro da Fazenda Eliseu Rezende, sobre suas relações com a construtora Norberto Odebrecht —comparando o caso com a amizade entre Arida e o banqueiro Fernão Bracher, do BBA-Creditanstalt.
Campos disse que o Plano Real foi eleitoreiro e está na fase de "exaustão".

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