São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995
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Cohen estréia novo Steinway do Municipal

WILLIAM LI
ESPECIAL PARA A FOLHA


Concerto: Arnaldo Cohen (piano); com participações de Claudio Cruz (violino) e Antonio Meneses (violoncelo)
Quando: sexta-feira, às 20h30, e domingo, às 10h30
Onde: Teatro Municipal (praça Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 011/222.8698, região central)
Preços: de R$ 1 a R$ 6

O pianista Arnaldo Cohen vai inaugurar o novo piano Steinway Gran Concerto D adquirido pelos Patronos do Theatro Municipal para aquela casa com concertos na sexta-feira e no domingo.
Foi o próprio Cohen, um dos músicos brasileiros de maior projeção no cenário internacional, quem escolheu o instrumento na sede da Steinway & Sons em Nova York, a pedido dos patronos.
O Steinway, considerado atualmente o melhor piano do mundo, é o preferido dos grandes concertistas internacionais. O modelo do Steinway adquirido pelos patronos para o Municipal custou cerca de US$ 70 mil.
A Steinway & Sons, com sede em Nova York e uma filial em Hamburgo (Alemanha), foi fundada em 1853 por Henrich Steiweg, de Braunschweig, que emigrou para os Estados Unidos juntamente com seus filhos Henrich, Karl, Albrecht e Wilhelm.
Steiweg, ao naturalizar-se americano, anglicizou seu nome para Steinway —daí o nome Steinway & Sons. Heinrich era excelente pianista. Com seus filhos e seu irmão Theodor, criou um piano sem rival no mundo (desde que fechou a Bechstein).
O piano Steinway se destaca por sua beleza, resistência às condições climáticas, potência e durabilidade, além da maleabilidade e obediência do teclado. A iniciativa para adquiri-lo partiu de Marcos Arbeitman, um dos patronos do Municipal.
Cohen, que reside desde 1981 em Londres, já gravou vários CDs com obras de Chopin, Lizst, Schumann e Brahms, entre outros. Além de suas turnês pela Europa e Américas, ele também é professor da Royal Northern College of Music, na Inglaterra.
Para inaugurar o novo piano, Arnaldo Cohen escolheu o "Concerto nº 5 para Piano e Orquestra em Mi Bemol Maior, op. 73", de Beethoven.
Composto em 1809, o último e mais virtuosístico concerto para piano e orquestra de Beethoven é cognominado de "Imperador".
Desde o primeiro compasso (um "tutti colossal") é o piano que toma as rédeas e, em uma série de harpejos, escalas e trinados altamente virtuosísticos, deixa claro que é o senhor da situação.
Além do concerto de Beethoven, o programa inclui o "Concerto Duplo em Lá Menor para Violino, Violoncelo e Orquestra, op. 102" e a "Abertura Acadêmica", de Brahms.
No "Concerto Duplo" de Brahms atuarão o violinista Claudio Cruz, spalla da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, e o renomado violoncelista Antonio Meneses, que desde que venceu o Concurso Tchaikovsky de Moscou em 1982 atua frequentemente no exterior e chegou a gravar este mesmo "Concerto Duplo" com Karajan.
A regência estará a cargo do alemão Georg Schmohe, diretor musical do Teatro Estadual de Kassel.
Mas a grande estrela da noite será sem dúvida o novo piano, e nada melhor que o "Imperador" para explorar todas as possibilidades deste fantástico instrumento.

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