São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995
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USP prepara atlas de anatomia em 3D

MARIJÔ ZILVETI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Divisão de Sistemas Digitais do LSI (Laboratório de Sistemas Integráveis) da Escola Politécnica da USP trabalha desde fevereiro passado no desenvolvimento de um atlas digital de anatomia do corpo humano.
Dispondo de um atlas anatômico do corpo humano em três dimensões, médicos podem trabalhar na sua mesa, analisando no computador tomografias de pacientes para a preparação de uma cirurgia.
Marcelo Zuffo e Roseli Lopes, responsáveis pelo projeto, pretendem entregar ao Instituto da Criança (leia texto abaixo) até o início de 97 uma parte do atlas.
A idéia é oferecer imagens tridimensionais de tomografias computadorizadas e de ressonância magnética. Outro uso do atlas digital de anatomia do corpo humano é permitir aprimorar o estudo de doenças em que a visualização em três dimensões é imprescindível.
Pelo computador, cientistas podem estudar fatias do corpo humano para ter uma idéia do dimensionamento e localização de tumores.
Para realizar o projeto, os pesquisadores da USP contam com a Internet -rede mundial de computadores- para comunicação com os outros participantes -que colorem imagens de uma tomografia computadorizada, por exemplo.
Os pesquisadores recebem imagens de tomografias computadorizadas e de ressonâncias magnéticas e trabalham em estações de trabalho para que as imagens ganhem movimento em 3D.
Dessa forma, uma má-formação congênita pode ser vista de várias maneiras, permitindo que o cientista ou médico faça uma análise mais detalhada.
Durante pesquisas para o desenvolvimento do atlas, Zuffo e Lopes concluíram que não havia programas disponíveis no mercado para conseguir os resultados desejados na elaboração do projeto.
Hoje, Roseli Lopes e sua equipe do LSI já desenvolveram oito programas.
Entre as ferramentas estão programas que permitem a identificação de tecidos e um fatiador para cortes arbitrários da parte do corpo em estudo.
Depois de digitalizadas, as imagens de uma tomografia ou ressonância ficam armazenadas em estações de trabalho. Nesses equipamentos, os dados recebem tratamento para ganhar movimento.
Para completar o projeto, os pesquisadores da USP usam fotografias do "Homem Invisível" (leia texto na página 6-5), cujo corpo encontra-se disponível na Internet. As imagens do corpo humano, assim como as tomografias e exames de ressonância, servem de estudo para fazer projeções e conseguir identificar anomalias.

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