São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 1995 |
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Governador diz que não vai pagar despesa
CYNARA MENEZES
Segundo o secretário de governo Hélio Doyle, "a posição do governador é de não gastar dinheiro com movimentos". Ele teria sido consultado pela vice Arlete Sampaio há uma semana e negado apoio financeiro aos manifestantes. O secretário disse, porém, que o governador ainda não decidiu se pretende demitir os secretários. "Este fato não tem a gravidade que está sendo dada pela imprensa. Não vejo violação de princípios éticos", disse Doyle. Sobre a cessão de café e açúcar pela Polícia Militar, o secretário disse que os manifestantes irão devolver, "como combinado". Anteontem, o chefe do Estado-Maior da PM tinha dito à reportagem da Folha que os alimentos não fariam falta à corporação. A responsabilidade pela aquisição de alimentos junto ao Sesi (Serviço Social da Indústria) e o alojamento gratuito no Pavilhão de Feiras foi atribuída aos secretários de Participação Popular e do Turismo, respectivamente. Pelo menos um dos secretários —a do Turismo, Maria Abadia—, no entanto, nega a responsabilidade, que atribui ao secretário Especial de Participação Popular e Inclusão Social Eurípedes Camargo. Abadia diz ter sido procurada por Camargo e negado a ocupação do pavilhão, onde uma feira estava sendo desmontada. O secretário, então, teria voltado a procurá-la usando um artifício legal, um decreto de 1993 que prevê a prioridade de ocupação por órgãos da administração com isenção de taxas. O secretário da Fazenda Wasny de Roure também disse que a compra de alimentos junto ao Sesi foi feita por Camargo sem sua autorização. De Roure teria enviado ofício alegando a ilegalidade da compra, que teria que ser feita com licitação. O secretário Eurípedes Camargo não foi encontrado pela reportagem da Folha. José Albino de Melo, membro da executiva da Central de Movimentos Populares, que organizou a manifestação, disse que a entidade "se compromete a pagar" a dívida com o Sesi. O dinheiro seria recolhido junto às entidades que participaram do protesto. O governador deu explicações ao lanalto sobre o financiamento de parte do protesto anteontem contra o governo FHC e as reformas constitucionais. Cristovam disse ontem ao porta-voz da Presidência, embaixador Sérgio Amaral, que não teve a intenção de "tomar partido" ao apoiar a manifestação contra o governo FHC, anteontem, em frente ao Congresso, segundo Amaral. Texto Anterior: Documentos mostram pagamento de governo Próximo Texto: Ameaça de bomba pára ministério Índice |
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