São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 1995
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A morte da Medusa e o nascimento de Pégaso

HELOISA PRIETO

Atena, a deusa da guerra e da sabedoria, gostava muito de um jovem chamado Perseu.
Ela costumava observá-lo do alto do Olimpo acompanhando seu treino de guerreiro. Sabia que Perseu era forte, corajoso, mas tinha pouca experiência.
Por isso, quando Atena soube que Perseu havia se oferecido para enfrentar a terrível Medusa, ficou preocupada e decidiu que desceria à Terra para ajudá-lo.
Medusa era o nome de uma das três cabeças das górgonas que habitavam o corpo de um enorme dragão.
As patas mortais da fera eram de bronze e as pequenas asas, de ouro. Seu olhar era tão poderoso que transformava homens em estátuas de pedra. Para vencê-la, era preciso muita coragem, astúcia e a proteção dos deuses.
Assim que o dia da luta foi marcado, Atena chamou Hermes, o deus da comunicação, e juntos apareceram diante de Perseu. Explicaram ao guerreiro tudo o que ele deveria fazer.
Disseram a Perseu que procurasse as ninfas mágicas, pois elas lhe dariam uma arma.
Perseu obedeceu e ganhou das ninfas sandálias aladas (com asas), uma sacola mágica e um capacete que lhe dava o poder de ficar invisível. Para completar, o jovem ganhou de Hermes uma lança cortante.
Mesmo assim, Atena continuava preocupada. "Será que um jovem, mesmo com toda a coragem, seria capaz de enfrentar um monstro tão sanguinário quanto a Medusa?"
Então, no dia do combate, Atena desceu até a gruta da fera e se escondeu em um canto, aguardando pela chegada de Perseu.
O jovem chegou voando e rapidamente cortou a cabeça da primeira Górgona.
O sangue verde do monstro espalhou-se por toda a caverna, e as duas cabeças restantes começaram a gritar.
Perseu afastou-se e, apontando sua lança contra a segunda cabeça, conseguiu cortá-la.
Só que, quando a cabeça caiu, uma das patas do monstro atingiu Perseu. Ele perdeu o equilíbrio, seu capacete despencou no chão, e Perseu se tornou visível.
Perseu continuou a voar. Sabia que precisava ficar de costas para o monstro porque, se ela o olhasse nos olhos, ele se transformaria em estátua. Foi então que Atena gritou para que Perseu se protegesse com o escudo.
Recuperando o ânimo, o jovem agarrou o escudo no ar. Rodopiou na terra escapando do golpe mortal da fera. Em seguida, ele desafiou Medusa.
Quando Medusa percebeu o truque era tarde demais. Perseu levantou o escudo que, de tão brilhante, refletia imagens, como se fosse um espelho.
Assim que a enfurecida Medusa olhou para a sua própria imagem no reflexo do escudo, sentiu o corpo todo endurecer e rapidamente se transformou numa imensa estátua.
Cansado, amparado por Atena, perseu encostou-se contra a parede e viu uma das mais belas cenas de sua vida.
Do sangue verde e viscoso das horríveis Górgonas saiu uma luz dourada e brilhante que aos poucos foi tomando forma.
Era um belíssimo cavalo alado, Pégaso.
Pégaso aproximou-se do jovem e fez sinal para que Perseu montasse em seu dorso.
Perseu acariciou a crina do lindo animal e aceitou o convite. Foi então levado ao rei para quem ele deveria mostrar a cabeça cortada de Medusa e sua face eternamente marcada na superfície do escudo mágico.

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