São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 1995
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Menem ataca venda de armas ao Equador

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

O presidente Carlos Menem classificou ontem como "vergonhosa" a venda irregular de 75 toneladas de armas argentinas para o Equador, quando este país estava em guerra contra o Peru.
Menem convocou uma reunião ministerial para cobrar a apuração rápida dos responsáveis pela operação irregular.
As investigações argentinas serão realizadas conjuntamente com o governo norte-americano. O embaixador dos EUA em Buenos Aires, James Cheek, disse ontem que o seu país está "muito aborrecido e preocupado" com o episódio.
Argentina, ao lado de EUA, Brasil e Chile, é um dos países mediadores do conflito entre Equador e Peru. Por isso, não poderia vender armas para qualquer um dos dois países em guerra.
O Ministério do Exército equatoriano divulgou nota afirmando que o país adquiriu armas de outros países durante o conflito.
A nota não se refere aos países que forneceram as armas.
Em fevereiro, os ministérios da Economia, Relações Exteriores e da Defesa autorizaram venda de US$ 33 milhões em armamentos militares para a empresa norte-americana Hayton Trade.
Pelo contrato, que o governo suspeita que pode ter sido falsificado, a Hayton Trade repassaria os equipamentos para as Forças Armadas da Venezuela. O governo venezuelano nega qualquer compra de armamentos da Argentina.
O ministro da Defesa, Oscar Camillión, disse ontem, antes de depoimento no Parlamento, em sessão secreta, que as investigações ainda não encontraram funcionários argentinos envolvidos na venda irregular.
Menem disse que punirá eventuais funcionários públicos ligados à venda de equipamentos militares para o Equador.
Apesar disto, ele observou que "a empresa norte-americana Hayton Trade deve ser culpada porque foi ela que forneceu as armas para os equatorianos".
Zulema
Menem evita comentários sobre sua reconciliação com Zulema Yoma, que provoca preocupações no seu comitê de campanha na disputa de um segundo mandato nas eleições de 14 de maio.
"Vou acompanhá-la todo o tempo que for necessário", disse o presidente argentino.

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