São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 1995 |
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Pedreiros fazem um camarote em telhado
RÉGIS ANDAKU
O público, porém, em nada se parecia com o de outros camarotes, localizados dentro do autódromo. Cerca de 20 pedreiros, mestres-de-obra e até engenheiros subiram no telhado de um dos prédios para assistir à corrida. Como em qualquer "área vip", a entrada era restrita: só tinham acesso convidados. Os "vips" na verdade eram alguns empregados que trabalhavam nas obras. "Foram convidados e só eles podem entrar aqui", disse Magno Potiguar, engenheiro da Ductor (empresa que presta serviços à Prefeitura), fazendo o papel de "promoter". Um dos convidados mais "assediados" era o mestre-de-obras Adalberto Marques, 44. Com sua mulher e três filhos, Marques levou ao "camarote" cervejas e lanche. "Não entendo nada de carros, mas o clima é muito bom", disse, como qualquer outro frequentador de camarotes. Na entrada do prédio, cerca de 15 pessoas, usando uma camiseta preta na qual se lia "segurança" barravam os que tentavam subir no camarote sem permissão. Segundo um deles, Osvaldo Silva, só as pessoas "com autorização do organizadores" podiam subir. Projeto As construções que se tornaram camarotes fazem parte do projeto de verticalização de favelas da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab). São prédios de quatro andares com apartamentos de 42 m2. As obras não foram terminadas e por isso, em vez de moradores, empregados da OAS (empresa responsável pela contrução) ocupam os prédios. Potiguar nega que as obras foram atrasadas para que os operários pudessem assistir à corrida dos prédios. "É coincidência, mas já estava no cronograma inicial. Vamos entregar a obra daqui a cerca de dez dias", disse. Texto Anterior: Fã desfila como ídolo Próximo Texto: Amigos acompanham de longe Índice |
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