São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 1995
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Ressonância pode destruir copos em saraus e até pontes pênseis

KATHY WOLLARD

Quando dizemos estar "na mesma sintonia" de uma pessoa, na verdade estamos falando de ressonância. A ressonância está em todos os lugares na natureza. Tudo se move um pouco, vibrando. Quase tudo tem sua própria frequência natural —certa quantidade de vibrações em dado período. Aplique uma força que vibre da mesma maneira e você fará esta frequência natural muito mais forte ainda.
Aqui está o motivo. Você já ficou balançando suas pernas de forma que elas cheguem cada vez mais altas? Se você fizer direito vai ver que suas pernas entram no ritmo do balanço, o que vai amplificar o movimento.
Algo parecido acontece quando a voz de um cantor encontra uma taça vazia. Quando a voz atinge a nota certa, pode chegar à frequência do cristal. Quando o cristal começa a ressoar com a nota, vibra mais forte. Se o cantor mantiver a nota por tempo suficiente, o vidro vibra cada vez mais forte, podendo até quebrar.
Coisas maiores que um copo podem quebrar com a ressonância. Em 1940, uma ponte pênsil em Washington, com apenas quatro meses de funcionamento, causou um desastre que mudaria a engenharia.
Era um dia com vento na ponte do rio Tacoma. Conforme o vento soprou, a ponte começou a chacoalhar. Todas as pontes (e os arranha-céus) balançam um pouco com o vento, mas não como a ponte Tacoma. Um fotógrafo filmou a cena. Após algum tempo chacoalhando como um pêndulo, a ponte se soltou dos cabos e caiu. A pista se rompeu. Não houve vítimas.
Que aconteceu? As pontes têm frequências naturais, como os vidros. Naquele dia, o vento soprou com uma força que ressoou com a ponte, até que ela se quebrasse (por este motivo, soldados param de marchar em ritmo quando cruzam uma ponte).
Até os icebergs podem ser vítimas de ressonâncias. As ondas do mar, batendo ritmadamente contra o bloco, pode atingir a pequena vibração natural do gelo, rompendo o iceberg.

Copyright Los Angeles Times Syndicate.

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