São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 1995
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Japão acha 'laboratório' da seita

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Policiais japoneses revelaram ontem terem descoberto um laboratório químico e um armazém no complexo da seita acusada do atentado com gás sarin que matou dez pessoas no metrô de Tóquio.
"Um dos prédios com canos do lado de fora é um tipo de laboratório", disse um dos mil policiais que invadiram o complexo da seita com roupas de proteção projetadas para guerra química.
Ele afirmou que um bunker subterrâneo descoberto era uma espécie de armazém para estocagem dos produtos químicos.
O complexo da seita Aum Shinrikyo (Ensinamento da Verdade) fica no vilarejo de Kamiku Isshiki, no sopé do Monte Fuji (100 km a oeste de Tóquio). A polícia faz buscas nele desde quarta-feira.
Em vez de caixas de papelão, o esquadrão de busca passou a usar ontem recipientes hermeticamente selados para recolher as provas contra a seita.
Amostras de produtos reunidas no complexo correspondiam quimicamente aos compostos usados no atentado ao metrô e em outro incidente com gás sarin, em julho passado.
Análise laboratorial mostrou a existências dos mesmos resíduos nas três amostras —subprodutos do gás sarin. Segundo os resultados, o método usado para produzir o gás foi o mesmo nos três casos.
Uma porta-voz da polícia de Tóquio não quis confirmar os resultados da análise, revelada pela agência "Kyodo".
Mas as alegações judiciais para as buscas no complexo mudaram. Embora a seita não tenha sido acusada formalmente do atentado, a polícia mencionou ontem "preparação de assassinato" para justificar as buscas.
Até então, ela alegava querer resgatar de um membro que estaria sendo mantido à força em poder da seita.
A polícia também continua a procura por Shoko Asahara, 40, o guru barbado que lidera os cerca de 10 mil fiéis da seita.
Em depoimentos em vídeo, Asahara nega o envolvimento da seita no atentado do metrô e acusa os EUA de serem responsáveis por um ataque à seita.
O advogado e membro da seita Yoshinobu Aoyama também negou as acusações. Segundo ele, os produtos químicos eram usados na produção de cerâmica.
"Um grupo ligado a autoridades do governo montou essa história", disse Aoyama em programa na TV de Tóquio.
As buscas, interrompidas ontem por causa do mau tempo, devem ser intensificadas hoje, revelou um oficial da polícia.

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