São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995
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Ex-presidente do Gucci é assassinado em Milão

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Maurizio Gucci, ex-presidente do grupo Gucci, foi assassinado às 8h30 de ontem (4h30 em Brasília) do lado de fora de seu escritório, em Milão, norte da Itália.
Segundo a polícia, um homem bem vestido disparou dois tiros nas nádegas e no ombro de Gucci. Quando o empresário de 45 anos se virou, o assassino disparou dois tiros à queima-roupa no rosto dele.
Um dos guardas do edifício, no centro de Milão, foi atingido no ombro. A polícia deveria interrogá-lo na tarde de ontem.
O assassino, um homem entre 30 e 40 anos segundo testemunhas, fugiu num Renault verde dirigido por um cúmplice.
A polícia milanesa trabalha com a hipótese de o assassinato ter sido obra de um amador, porque os primeiros dois tiros não foram fatais. Inicialmente, creditava o assassinato a um pistoleiro.
A razão do assassinato ainda é desconhecida, segundo a polícia, que acrescentou que os funcionários de Gucci não tinham conhecimento de ameaças de morte ou tentativas de extorsão.
Sua companheira, Paula, e uma de suas duas filhas se dirigiram para o local do crime logo depois de saber da morte de Maurizio Gucci pelo rádio.
Maurizio Gucci foi o último dos netos de Guccio Gucci, fundador do grupo, a participar da administração da empresa, famosa por seus produtos de couro.
O grupo Gucci se disse chocado com o assassinato, mas não vai divulgar uma nota oficial.
"A morte de Maurizio é um golpe, mas quero lembrar que as relações entre Maurizio e a Gucci terminaram em 1993", disse uma porta-voz da empresa em Milão.
Depois de vender sua participação na Gucci, Maurizio fundou sua própria companhia, a Vierse, diante da qual foi assassinado.

Repercussão
Estilistas italianos se disseram chocados pelo assassinato de Gucci. "Etou consternado", disse Renato Balestra.
Segundo o estilista, "com Maurizio Gucci desaparece um dos maiores representantes do 'Made in Italy'.
Já Pino Lancetti diz que, apesar de não conhecer Gucci pessoalmente, 'o apreciava muito pelo papel determinante na revelação da alta qualidade e do estilo da moda italiana".
"Conheci-o e o considerava uma pessoa muito eficiente", disse Stefano Dominella, da firma Gattinoni, para quem o grupo Gucci foi uma das "primeiras firmas a difundir a imagem do 'Made in Italy' no mundo".
Segundo Giorgio Manina, ex-administrador-adjunto da Sociedade Guccio Gucci, o assassinato de Maurizio Gucci "está relacionado com seus assuntos pessoais". Manina disse que não se encontrava com Gucci desde 1991, quando deixou o grupo.

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