São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 1995
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UNE mobiliza alunos da 5ª série

CYNARA MENEZES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A UNE (União Nacional dos Estudantes) e a Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas) foram buscar de ônibus nas escolas públicas de Brasília estudantes do 1º grau para engrossar a passeata de ontem contra a reforma constitucional.
A UNE e a Ubes alugaram 80 ônibus para apanhar os estudantes nas escolas do Plano Piloto e cidades-satélites logo cedo, antes que entrassem para a aula.
A maioria dos 3.000 estudantes, segundo a PM, ou 10 mil, segundo os organizadores, era menor de idade e cursava da 5ª à 8ª série. "Esta manifestação é uma farsa", disse Reinaldo Araújo, presidente do diretório regional da UNE no Maranhão. Araújo diz que os diretórios da entidade, que reúne os estudantes universitários, não foram sequer convocados para a passeata.
Wanderson Freitas, 14, estudante da 6ª série na cidade-satélite do Gama, disse entender "mais ou menos" os motivos do protesto. "O governo quer vender as escolas", disse.
Jaqueline Pereira, 14, aluna da 8ª série em Samambaia, não tinha a menor idéia de como a reforma vai atingir os estudantes.
"Pelo que o pessoal que passou no colégio falou, é sobre a Constituição, mas eu não consigo lembrar direito".
O comandante da PM na operação, tenente-coronel Wilney, disse que estava mais preocupado com atropelamentos que com tumulto.
"É como se eu tivesse levado crianças para passear no parque", comparou ele.
O presidente da UNE, Fernando Gusmão, e da Ubes, Joel Benin, tinham dificuldade em manter os estudantes na passeata. Muitos preferiram ficar no gramado do Congresso que seguir para o Palácio do Planalto.
Vários estudantes passaram mal no gramado do Congresso por embriaguez.

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