São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 1995
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Sudene aponta elevação de êxodo devido à seca

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A seca que atinge parte do Nordeste e do norte de Minas Gerais vem aumentando o êxodo rural e agravando a pobreza no campo, segundo relatório divulgado ontem pela Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste).
Bahia e Minas Gerais enfrentam situações consideradas "muito graves".
O relatório não quantifica o êxodo rural. Foi elaborado com base em informações dos escritórios regionais da Sudene, de técnicos do órgão enviados às áreas secas, de governos estaduais e de instituições que fazem acompanhamento climático.
Segundo a autarquia, que tem sede em Recife (PE), na Bahia a estiagem já avança sobre áreas nunca antes atingidas, como o litoral sul. Abril é o último mês da estação chuvosa na maior parte do Estado e as chuvas registradas até agora foram "irregulares e insuficientes".
As regiões consideradas mais críticas na Bahia são o centro, centro-sul e sudeste do Estado, "onde é muito grande o êxodo rural e há focos de tensão social". No norte de Minas, cerca de 90% das lavouras de feijão, 80% das de milho e 70% da área plantada com cana-de-açúcar foram perdidas.
Poços artesianos da região diminuíram sua vazão e a tendência é de a situação se agravar porque o período de chuva já acabou.
Sem ocupação, alimentos e água, os retirantes mineiros se deslocam para São Paulo. Esse êxodo cresce a partir de abril, quando aumenta a oferta de empregos no campo em razão da colheita do café no interior paulista.
A situação só é considerada normal no Maranhão e no Piauí.

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