São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 1995
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Arida volta a ser convocado pelo Senado

FERNANDO GODINHO
COORDENADOR DE ECONOMIA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Banco Central, Pérsio Arida, foi convocado ontem para nova audiência na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado —inicialmente marcada para o dia 18 de abril.
O requerimento do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), aprovado por unanimidade na CAE, prevê a apresentação dos resultados da auditoria interna que o BC está realizando nas operações de câmbio feitas pelos bancos entre 20 de fevereiro e 17 de março deste ano.
Os senadores querem esclarecer, através destas operações, se algum banco teve ou não acesso a informações privilegiadas sobre a nova política cambial (anunciada em 6 de março), que desvalorizou o real em relação ao dólar.
Com estes dados, os senadores também poderão saber qual a quantidade de dólares vendida pelo BC nos leilões ocorridos após as mudanças na política cambial.
Parte da sessão deverá ser secreta, pois as informações referentes aos bancos estão protegidas pelo sigilo bancário. O presidente do BC também considera "sigilosos" os dados referentes ao volume das reservas cambiais do país.
A sessão secreta de Arida na CAE estava marcada para esta semana. Mas o presidente do BC convenceu o presidente da comissão, Gilberto Miranda (PMDB-AM), que seria mais prudente aguardar o fim da auditoria.

Malan
O ministro Pedro Malan (Fazenda) aproveitou ontem o seminário comemorativo dos 30 anos do Banco Central para defender o presidente do órgão, Pérsio Arida, recentemente posto sob suspeita de vazamento de informações.
"Sou capaz de colocar a minha mão no fogo pelos diretores, com quem trabalhei, e pelo atual presidente desta casa", disse Malan.
As denúncias de vazamento de informações também foram abordadas por Arida, que discursou após Malan. "Sofremos muitas incompreensões", disse. Ele mencionou pela primeira vez a participação do deputado Delfim Netto (PPR-SP) nas denúncias.
Segundo Arida, as acusações se resumiram a "um deputado que demorou três semanas para esclarecer que suas denúncias diziam respeito ao vazamento para o governo argentino" e a um senador (José Eduardo Dutra, do PT-SE).
Colaborou a Sucursal de Brasília

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