São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 1995
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Inflação medida pela Fipe em SP avança para 1,79%

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Os preços subiram 1,79% em São Paulo na terceira quadrissemana de março, 0,16 ponto percentual acima do 1,63% da segunda, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Na terceira quadrissemana foram comparados os preços médios dos últimos 30 dias terminados em 23 de março com os 30 imediatamente anteriores.
Dois itens são responsáveis pela pressão na taxa inflacionária: aluguel e mensalidades escolares. Juntos, representam 1,16 ponto percentual da taxa de 1,79%.
Os alimentos continuam segurando a taxa de inflação. O reajuste médio no setor na terceira quadrissemana foi de 1,06%, abaixo do 1,24% da anterior. Os semi-elaborados, devido às quedas de carnes e cereais, mantiveram tendência de baixa, enquanto os "in natura" subiram 7,8%, contra 9,39% na segunda quadrissemana.
Heron do Carmo, assistente de coordenação do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, acha que até o custo da alimentação fora do domicílio já começa a se acomodar. A última pesquisa subiu 1,33%, contra 2,58% na primeira quadrissemana de março.
Os aluguéis, principal item de pressão na taxa inflacionária nas últimas semanas, tiveram reajuste de 11,25%. Os preços neste setor vão continuar em alta neste final de março, mas em abril a taxa começa a se acomodar, registrando queda a partir de maio.
Educação também continua dando forte impulso à taxa de inflação. Nos últimos 30 dias, as matrículas e mensalidades escolares subiram 10,9%, taxa bem superior ao 1,10% de um mês atrás.
Com o peso atual de aluguel e educação, Heron do Carmo prevê para este mês uma inflação de 2%, taxa que pode ser repetida também em abril.
No próximo mês, estes dois itens podem pressionar menos, mas o índice começa a receber o impacto da chegada dos produtos da estação outono/inverno nas lojas.
Os alimentos também vão começar a subir menos, principalmente entre os "in natura", que terão uma oferta maior devido ao fim de entressafra de vários produtos.
Heron do Carmo alerta, no entanto, que a redução de pressão de mensalidades não será suficiente para segurar a pressão de vestuário, que pesa mais no índice.

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