São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 1995
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Diretor russo vinga derrota em Cannes

AMIR LABAKI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Mais que de surpresa, teve sabor de vingança a premiação de "Revelações de uma Bola de Fogo", do russo Nikita Mikhalkov, com o Oscar de melhor filme de língua não-inglesa. Mikhalkov quase dividiu a Palma de Ouro de Cannes-94 com Tarantino.
O júri presidido por Clint Eastwood estava cindido. A vice-presidente Catherine Deneuve, que se opunha a Tarantino, não se conformou com o empate. Votaram de novo. Deu "Tempo de Violência". "Revelações..." levou o prêmio especial.
Mikhalkov deu ontem o troco. Como Tarantino, levou um Oscar. Melhor: foi sua segunda vitória na categoria em três anos. Seu filme anterior, "Urga", também foi premiado.
O novo oscar de Mikhalkov é mais justo que o primeiro. "Revelações..." é, nas palavras do cineasta, "um misto de melodrama, filme de detetive e tragicomédia".
Em pleno verão de 36, um músico transformado em agente da polícia secreta de Stalin volta à sua cidadezinha natal para reencontrar a ex-namorada casada com um alegre oficial (o próprio Mikhalkov).
Alegres memórias e temores difusos vão se mesclando durante a longa (duas horas e meia) crônica desse reencontro. É um belo acerto de contas com o stalinismo.

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