São Paulo, sábado, 1 de abril de 1995 |
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Deque com jornalistas cai e deixa 3 feridos em Carajás
WILLIAM FRANÇA
Parte de uma plataforma de madeira, um deque em "U" em torno de uma piscina, onde eles posavam para fotos, afundou. A plataforma fica suspensa sobre a beira do Vale do Paraopebas, que tem mais de 400 metros de profundidade. A parte que ruiu era contínua à que FHC e os governadores estavam -local onde se concentravam cerca de 50 jornalistas. A diferença era que a parte onde estava a imprensa possuía um apoio de pedras por baixo, numa altura de aproximadamente três metros. O presidente estava sobre um vão com mais de dez metros sustentado por vigas de madeira escoradas na base da piscina. O vão termina em uma barreira de árvores até chegar ao vale de 400 metros de profundidade. Ao fundo é possível se avistar Serra Pelada, distante 45 quilômetros. FHC e os governadores estavam se arrumando para a sessão de fotos oficiais quando o local onde estavam os jornalistas começou a desabar, lentamente. A parte que ruiu ficava a pouco mais de um metro de FHC. No início do acidente o presidente chegou a rir da cena dos jornalistas correndo, dois pulando na piscina e muita gritaria. Depois, diante da gravidade do acidente, FHC mudou a expressão e, sério, procurou saber o estado das pessoas. O acidente, na Casa de Hospedagem da Vale do Rio Doce, pegou de surpresa todo o esquema de segurança do presidente e dos governadores. Por aproximadamente dez segundos todos permaneceram parados. Feridos Três jornalistas ficaram feridos e foram atendidos no hospital. O cinegrafista Antônio Gouveia Júnior, da TV Liberal (PA), teve torção na perna esquerda e ficou entalado nas tábuas do deque. A maca com o socorro demorou três minutos e meio para socorrê-lo. FHC retornou depois, junto com sua assessoria, para verificar o atendimento aos feridos. Avaliou o local onde estava com os governadores. "É, a queda era muito maior", disse o presidente, ao avaliar o risco por que passou. Mais tarde disse que havia se assustado. "Minha coluna é mais sólida do que aquela do deque", brincou. O general Alberto Cardoso, ministro-chefe da Casa Militar e responsável pela segurança de FHC, reconheceu que houve uma falha. "Fizemos um teste de carga mas não imaginamos esse peso todo", disse o general. Pessoas a mais Cardoso aponta o excesso de assessores e o grande número de jornalistas -acima do previsto- como a causa inicial. "Tiramos fotos e vamos fazer uma perícia. O que importa é não deixar que isso ocorra novamente", afirmou o general. Na hora do acidente, às 13h35, FHC ficou tenso e decidiu cancelar uma conversa que teria com a imprensa em seguida. O cinegrafista ferido, depois de atendido no hospital de Carajás, foi recebido pelo presidente e foi convidado a almoçar com ele na mesa principal. (William França) Texto Anterior: Similar nacional Próximo Texto: Casa Militar aprovou deque Índice |
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