São Paulo, sábado, 1 de abril de 1995
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Ouro e dólar lideram o ranking do mercado financeiro em março

DA REPORTAGEM LOCAL

Os ativos dolarizados lideraram o ranking das aplicações do mercado financeiro em março. O primeiro lugar ficou com o ouro, que fechou cotado ontem a R$ 11,29 por grama na Bolsa de Mercadorias & de Futuros (BM&F), com uma valorização de 9,82% no mês.
As ações foram novamente o pior investimento. O Índice Bovespa, que mede o desempenho dos papéis mais negociados na Bolsa de Valores paulista, fechou o mês com queda de 8,92%.
A alta do ouro deve-se à desvalorização do real frente ao dólar a partir de 6 de março, quando o governo alterou a política cambial e passou a fixar formalmente a banda de flutuação do câmbio, e também à queda da moeda norte-americana frente ao marco alemão e ao iene no mercado internacional .
O ouro é cotado no mercado internacional em dólar. Assim, a desvalorização deste produz uma alta automática no preço do metal, que é convertido para reais no Brasil pela cotação do dólar flutuante (dólar turismo).
O dólar turismo, por sua vez, fechou cotado ontem a R$ 0,915 para venda, com uma valorização de 7,65% no mês e ficou em segundo lugar no ranking.
O dólar paralelo, com a cotação de R$ 0,90 também para venda e alta de 7,14%, ficou em terceiro lugar, seguido pelo dólar comercial, que subiu 6,12% no mês.
As aplicações financeiras atreladas aos juros ocuparam o intervalo entre os quatro primeiros colocados -ouro e dólar- e as ações.
Mas todas elas renderam bem mais do que a inflação do mês.
A poupança com "aniversário" no primeiro dia do mês registrou uma rentabilidade líquida de 2,81% e ficou em penúltimo lugar.
Como se trata de aplicação prefixada, ela não captou a alta dos juros a partir do dia 10 de março.
Pelo mesmo motivo, o CDB prefixado dos grandes investidores ficou em nono lugar, com rentabilidade líquida de 2,99%, ajustada para o mesmo período da poupança (23 dias úteis).
Os fundos de renda fixa DI ficaram em quinto lugar, com uma rentabilidade líquida projetada, após o IR na fonte de 10%, de 3,69% em média. Em seguida, com 3,63% líquidos, vieram os fundos de renda fixa tradicionais.
Com rendimento líquido projetado de 3,56% em média, os fundos de commodities ficaram em sétimo lugar, seguidos pelos fundos de curto prazo, com 3,05%. Os fundões (FAFs) ficaram em décimo lugar, com 2,94% líquidos.

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