São Paulo, segunda-feira, 3 de abril de 1995
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Cresce lucro da indústria de brinquedos

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O Plano Real veio na hora certa para as empresas de brinquedos. Os preços das ações das companhias do setor em Bolsa tiveram desempenho superior nos últimos doze meses à média, representada pelo índice Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).
A lucratividade das empresas no ano passado deu um salto, pois o crescimento na procura pelos produtos iniciou-se no segundo semestre, época em que os videogames e brinquedos são mais procurados (Dia das Crianças e Natal).
O índice de liquidez (que indica facilidade para comprar e vender as ações) das empresas do setor é ainda reduzido. Os papéis da Telebrás PN têm um índice de liquidez de 25,245%; contra 0,148% da Estrela PN; 0,003% da Glasslite e 0,020% da Tec Toy.
As empresas ameaçadas nos últimos anos pelo contrabando e pelas importações tiveram reação positiva em termos de medidas de racionalização e busca de qualidade.
Estimativas do setor indicam que as importações de brinquedos no ano passado chegaram a US$ 80 milhões, o que corresponde ao faturamento anual de uma grande empresa brasileira do ramo.
A Tec Toy anunciou na semana passada lucro de US$ 10,7 milhões, seis vezes maior do que o do ano anterior. A cotação média mensal das ações da Tec Toy, que era de US$ 0,59 por lote de mil em dezembro de 1993 atingiu US$ 1,03 em dezembro último.
O programa de racionalidade administrativa provocou redução de US$ 1 milhão nas despesas só nos dois produtos carros-chefes da Tec Toy: Master System e Mega Drive.
A empresa foi favorecida também com a queda nas cotações do dólar após o Plano Real. A Tec Toy possuía US$ 38,9 milhões de financiamentos de importação em 1º de julho de 1994. O benefício é estimado em US$ 6 milhões (15% de desvalorização do dólar), dos quais cerca da metade foram realizados em 94, sendo US$ 19,2 milhões amortizados até dezembro.
Stefano Arnhold, presidente da Tec Toy, diz que a empresa atingiu o lucro desejado, melhorou suas margens, reforçou sua estrutura de capital (55% de recursos próprios) e terminou o ano com disponibilidade de recursos da ordem de US$ 17 milhões.
O presidente da Estrela, Mario Adler, diz que a empresa está buscando inovar a oferta de brinquedos para todas as faixas etárias e de poder aquisitivo. Disposta a vencer a guerra contra os produtos importados, a Estrela investiu no ano passado US$ 15 milhões em marketing, 25% a mais do que no ano anterior.
As ações da Glasslite PN tiveram uma lucratividade de 665,8% nos últimos doze meses na Bolsa paulista, contra uma valorização do índice Bovespa de 210,37%. A empresa faz 85 lançamentos na Feira da Abrin que se inicia hoje no Expo Center Norte, organizada pela Francal, em São Paulo.
A direção da Glasslite informa que faturou aproximadamente R$ 50 milhões em 1994 e espera crescer em 1995 em torno de 20%, estimativa próxima à expectativa de evolução do setor.
A Glasslite decidiu concentrar 80% de seus lançamentos este ano na linha de brinquedos vinculados a seriados de televisão, por causa dos bons resultados do segmento no ano passado.
A Lego anuncia recorde de 120 lançamentos em 1995, uma média de um a cada três dias do ano.
Segundo Wilson Soderi, diretor comercial da Lego, os investimentos para o ano serão de R$ 2,5 milhões, para as ações de marketing e propaganda, para um crescimento estimado de 35% sobre 1994.
O presidente da The Walt Disney Company (Brasil) Ltda., Elcan Diesendruck, diz que os licenciamentos da Disney deram retorno satisfatório em 1994, principalmente com o sucesso do "O Rei Leão". A expectativa é de alcançar este ano um aumento de 30% no faturamento. Na Abrin, haverá o lançamento de 50 produtos da linha Disney, contra 40 em 1994.
O crescimento no faturamento é generalizado, a empresa de bichinhos de pano Susso informa que o crescimento nas vendas este ano é 50% maior do que em 1994.
A Grow Jogos e Brinquedos S/A faturou no ano passado R$ 20 milhões, com crescimento de 20% em relação a 1993. A empresa coloca 70 produtos novos na Abrin.
João Nagano Júnior, da Grow, diz que com a chegada do Plano Real houve aumento do consumo, ocasionando rápida reposição dos produtos nas lojas e chegando perto da plena capacidade instalada.

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