São Paulo, segunda-feira, 3 de abril de 1995
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Fungos estragam comida mas ajudam a fazer pão e remédios

KATHY WOLLARD

Fungos não são nem plantas nem animais. Eles têm seu próprio reino na Terra -o Fungi- e estão em todos os lugares, uma vez que seus esporos se espalham pelo ar. (Por isso que eles chegam à comida.) Para um fungo, quase tudo é uma refeição em potencial.
Fungos são decompositores: eles "quebram" os objetos orgânicos. Eles podem atacar uma árvore caída ou seu molho ao sugo na geladeira.
Mofo pode atacar pés de milho ou árvores (algumas espécies produzem toxinas que podem nos deixar doente, como a aflatoxina, cancerígena, encontrada em amendoins mofados).
Ambientes tropicais são especialmente bons para os fungos. Durante a Segunda Guerra Mundial, metade dos suprimentos mandados para os fronts em áreas tropicais foram atingidos.
Entretanto, nem todos os fungos são maus. Precisamos deles para ter solo fértil. Uma determinada espécie de fungo é indispensável na fabricação do pão, ao comer açúcar e liberar dióxido de carbono. Os fungos também nos deram alguns remédios, como a penicilina e a ciclosporina.
Apesar de termos nojo do mofo nos nossos petiscos, comemos fungos (cogumelos) sem pensar duas vezes. Da próxima vez que você encontrar um deles, pense o seguinte: cientistas descobriram que alguns fungos encontrados no Estado de Washington (noroeste dos EUA) eram na verdade a ponta de um gigantesco "iceberg" de fungos enterrados, provavelmente o maior ser vivo do mundo -mede mais de 4 km2. Os pesquisadores estimam que ele deve ter mais de cem toneladas e 1.500 anos de idade.
Se você ficou com inveja, aí vai uma informação para você se sentir melhor: humanos e fungos têm um ancestral comum, o organismo unicelular que deu origem à vida e assumiu rumos evolutivos diferentes há cerca de um bilhão de anos. Isso explica porque infecções causadas por fungos, como pé-de-atleta, são difíceis de serem tratadas. Remédios que atacam fungos nos atingem também.
Copyright Los Angeles Times Syndicate.

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