São Paulo, quarta-feira, 5 de abril de 1995
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Cheia obriga moradores a deixar casas na margem do rio Paraguai

MYRIAN VIOLETA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A Defesa Civil começou a fazer a remoção de famílias ribeirinhas de Corumbá (a 426 km de Campo Grande-MS) por causa da cheia do rio Paraguai.
Segundo o SSNO (Serviço de Sinalização Náutica do Oeste), em Ladário (a 422 km de Campo Grande), o rio atingiu ontem 6,41 metros. Nesta semana, o nível tem subido em média três centímetros por dia. A previsão do SSNO é de que até o dia 21 o rio alcance a marca recorde do século, 6,64 metros, registrada em 1988.
Homens da Defesa Civil e voluntários começam hoje a montar uma barraca de lona de 32 metros de comprimento numa plataforma de trem abandonada, em Porto Esperança, a três horas de barco de Corumbá. A barraca vai servir para abrigar cerca de 15 famílias que vivem na área e têm que deixar suas casas.
O coordenador da Defesa Civil de Corumbá, major Pedro Ronda, disse que a preocupação é transferir as famílias que vivem às margens do rio "sem alarde e com tranquilidade" para as partes mais altas.
A Defesa Civil deverá enviar um helicóptero para ajudar o trabalho de localização de pessoas que estejam isoladas. O major disse que hoje uma equipe da Secretaria de Saúde voltará a percorrer as áreas de onde algumas famílias se recusam a sair. O objetivo é promover vacinação e distribuição de hipoclorito de sódio, que esteriliza a água.
A Defesa Civil está transportando aterro e jogando em volta das casas ainda habitadas, a pedido dos próprios moradores. "Como não podemos obrigar as pessoas a deixar suas casas, tentamos ajudar com o que pedem", disse Ronda.
Em 28 de março, a Prefeitura de Corumbá decretou situação de emergência numa extensão de cinco quilômetros às margens do rio Paraguai.

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