São Paulo, quarta-feira, 5 de abril de 1995
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Varejo negocia alta de preço com indústria

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os supermercadistas vão tentar negociar com seus fornecedores -especialmente de produtos de higiene e limpeza- aumentos de 5% a 12% nos preços.
"O número de produtos que está sendo reajustado já nos preocupa", afirma Omar Assaf, vice-presidente da Apas (Associação Paulista dos Supermercados).
A indústria de higiene e limpeza, diz ele, foi a primeira a apresentar listas de preços com aumentos -de 8% a 10%- este mês.
Depois vieram os fornecedores de papel higiênico, que já cobram entre 10% a 12% mais pelos seus produtos. "Essa escalada de aumentos já atinge vários setores."
Assaf diz que os supermercadistas querem saber se os reajustes são de fato necessários. "Por enquanto, a orientação da Apas é para que não haja aumento."
A Apas, diz ele, está até pedindo para que o governo acompanhe todos os aumentos. "Vamos negociar duro com as empresas para evitar a subida dos preços."
José João Locoselli, presidente da Abipla (Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza), diz que os supermercados vão ter que aceitar as altas.
"Não podemos vender com prejuízo. Se a indústria quebrar, o supermercado também não vive."
Locoselli conta que desde a entrada do real até agora os transportes e as caixas de papelão encareceram 50%.
A tonelada da soda cáustica (matéria-prima para fabricação de produtos de higiene e limpeza), lembra ele, custava US$ 100 antes do real. Agora, sai por US$ 400.
"Não podemos absorver custos eternamente. Fizemos isso até quando deu." Locoselli diz que mesmo com os reajustes deste mês, a defasagem entre custo e preço das empresas chega a 10%.

Eletroeletrônicos
A Black & Decker, fabricante de eletroportáteis, informa que os aumentos de custos chegam a 80% desde o início do real (julho/94).
"Em princípio, não temos planos para reajustes de preços das nossas linhas neste mês. Para maio, vamos estudar", diz Jacques Wladimirski, diretor.
Segundo ele, os maiores aumentos foram registrados em alumínio, aço e embalagens.
Marcel Vanden Bussche, presidente da Mallory, outra fabricante de eletroportáteis, acha que os preços dos produtos nacionais "vão aumentar pouco a pouco."

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