São Paulo, quarta-feira, 5 de abril de 1995
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Major e Clinton superam diferenças

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O premiê britânico, John Major, e o presidente dos EUA, Bill Clinton, tentaram ontem demonstrar ao público que eventuais diferenças entre eles não prejudicam o entendimento entre seus países.
Em entrevista após almoço na Casa Branca, eles trocaram elogios e enfatizaram áreas de política externa em que concordam.
Major disse que a relação pessoal dele com Clinton é "tão boa que permite até a exposição franca de divergências". Clinton afirmou que Major é "honesto e aberto" e elogiou o "tremendo esforço" feito por ele para obter a paz na Irlanda do Norte.
Um dos recentes problemas entre ambos ocorreu quando o presidente recebeu Gerry Adams, o líder do braço político do IRA (Exército Republicano Irlandês).
Ontem, Clinton disse que só recebeu Adams depois de ter obtido dele o compromisso de que seus aliados vão depor as armas.
Major reafirmou que só depois de terem sido constatados progressos na deposição de armas do IRA é que Adams será aceito em mesas de negociações para a paz.
Clinton apoiou essa posição e se recusou a recomendar um encontro entre Major e Adams: "essa é uma questão a que só ele pode responder". Major demorou uma semana para responder a um telefonema de Clinton para explicar-lhe por que recebeu Adams.
Clinton disse que em política internacional diferenças partidárias, como as que há entre ele (que pertence a um partido liberal) e Major (conservador) não contam muito. "Mesmo nos EUA, os partidos se entendem melhor quando se trata de questões externas."

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