São Paulo, quinta-feira, 6 de abril de 1995
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Presidente planeja fazer um "governo itinerante"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso quer adotar o esquema de governo itinerante, em viagens às capitais dos Estados. A primeira viagem deverá ser a Cuiabá (MT).
A idéia do governo itinerante consiste em deslocar, por alguns dias, o gabinete da Presidência, acompanhado de alguns ministros para outros municípios.
O esquema foi usado por Paulo Maluf no governo de São Paulo (79-82) e por Jânio Quadros na Prefeitura de São Paulo (86-88).
O porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral, negou ontem que FHC esteja buscando maior popularidade. Segundo ele, o objetivo é um "contato maior do presidente com a realidade de cada Estado".
A proposta surgiu durante almoço de FHC com dez senadores -três de Goiás, dois de Mato Grosso, dois de Mato Grosso do Sul, dois do Acre e o líder do governo no Senado, Élcio Álvares (PFL-ES). Os parlamentares eram do PMDB, PSDB e PFL, partidos que integram a base governista.
O senador Carlos Bezerra (PMDB-MT), autor da idéia, propôs que Cuiabá, capital do seu Estado, seja a primeira sede do governo provisório.
Amaral disse que FHC acertará a viagem com o governador Dante de Oliveira (MT). Nas capitais, ele despachará com ministros e terá encontros de interesse local.
Segundo ele, FHC repetirá nas capitais o modelo de viagem que fez no fim-de-semana a Manaus (AM), quando se reuniu com governadores, representantes de comunidades indígenas e ONGs (Organizações Não-Governamentais).
FHC afirmou aos senadores ter ficado "emocionado" com a viagem à região amazônica. "Foi uma das experiências mais emocionantes da minha vida", teria dito o presidente aos senadores, referindo-se aos contatos que manteve com moradores da região.
No almoço com os senadores, FHC comparou o Congresso a um galinheiro, onde os "galos se bicam" até que apareça o mais forte e se estabeleça uma hierarquia.
Ele fez a brincadeira ao falar sobre as dificuldades enfrentadas pelo governo no Congresso, principalmente em relação às propostas de reforma constitucional.
O objetivo do almoço era pedir apoio para a reforma. FHC insistiu na urgência da aprovação das mudanças na ordem econômica.

LEIA MAIS sobre viagens de FHC à pág. 1-10

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