São Paulo, sexta-feira, 7 de abril de 1995
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Ministro defende uso de recursos da União

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Agricultura, José Eduardo de Andrade Vieira, defendeu ontem o uso de recursos do Tesouro para cobrir, ao menos em parte, o provável rombo de R$ 2,4 bilhões no sistema de crédito agrícola, causado pela mudança no crédito rural aprovada pelo Congresso na noite de anteontem.
Segundo ele, a derrubada do veto ao artigo 16 da lei 8.880 -que causou a mudança nas regras do crédito agrícola- poderá ser aplicada de forma retroativa desde o ano passado, o que causaria o rombo de R$ 2,4 bilhões nos bancos que financiam a agricultura
São esses bancos, principalmente o Banco do Brasil, que receberiam a eventual ajuda do Tesouro.
A única alternativa do governo para evitar o rombo nos bancos, o reajuste dos preços mínimos, foi descartada ontem pelo ministro.
O artigo 16 da lei 8.880 -que teve seu veto derrubado e voltou a vigorar- estipula que os juros dos empréstimos aos agricultores não poderá ultrapassar o reajuste dos preços mínimos -que estão congelados desde junho de 94.
Por isso, ou o governo faz um grande reajuste nos preços mínimos ou permite que os agricultores paguem seus débitos sem um centavo de juros, causando o rombo nos bancos.
Segundo Andrade Vieira, o reajuste de preços mínimos "é a pior solução possível". "Causaria aumento de preços ao consumidor e volta da inflação", disse.
CNA
O presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Antonio de Salvo, comemorou o derrubada do veto. "Os bancos precisam aprender a ganhar menos e o governo precisa respeitar mais a agricultura", disse ele.
Segundo ele, a garantia do vínculo é retroativa a maio de 1994.

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