São Paulo, sexta-feira, 7 de abril de 1995 |
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Noite fashion revela os novos nomes da moda SP
ANDRÉ HIDALGO E CESAR FASSINA
O evento foi uma tarefa difícil para os estilistas: o desafio era mostrar suas roupas num espaço de tempo curto, em poucas peças e em meio a um público clubber. O maior deslize foi a falta de um produtor para organizar as entradas das modelos. Mas, somados os erros e os acertos, o resultado foi positivo. O principal acerto do evento foi mostrar que os novos estilistas mudaram: têm agora uma preocupação maior com o acabamento e também estão aposentando as máquinas de costura domésticas. Agora procuram contratar costureiras e alfaiates profissionais. Assim, ficam responsáveis pela criação e modelagem de suas roupas. Os looks masculinos de Jeziel foram o hype da noite, com modelos de sandálias de surf e meias coloridas, musculosos, em roupas justas, mostraram uma moda feita com conceito. O desfile trouxe, com cuidadoso corte de alfaiataria, terno xadrez em lã, um maxi-paletó (7/8), t-shirt em lycra e fio rayon de várias cores e calças sintéticas. O estilista, em seu primeiro desfile, diz que não quer ser chamado de clubber. "Alguém tem que fazer uma roupa que seja moderna sem ser necessariamente clubber". O segundo maior destaque foi Regina Ozako, numa apresentação correta, com cortes comportados e modernos, cintura marcada, ombros estreitos e modelagens precisas nas peças. Mostrou uma coleção com predomínio de lã, seda sintética e tricô, em looks masculinos-femininos. O pior da noite ficou por conta do desfile de Sidney Philocreon. Com formação em artes plásticas, o estilista não conseguiu transportar seu universo de referências pictóricas para as roupas. Fez uma tentativa fracassada de uma arte usável. Assim, errou nos casacos de plástico -mal modelados e com ar desconfortável-, na minissaia de pelúcia (ainda!) e nas sandálias havaianas com efeito plataforma (ainda!). Kiko Barrufini foi o mais modesto e, por isso mesmo, o que menos erros cometeu. Mostrou só camisetas justas em malha de várias cores secas, com frases como "New York Fucking City" -copiadas das t-shirts do bairro de East Village, em NY. André Lima optou pelo humor "brasileiro de subúrbio". Tendo um samba como fundo, debochadas modelos negras -lindas- abusavam do "overdressing" com ar brechó: estolas de pele, luvas, saltos altos, bolsas com alça curta e estampas de animais, pulseiras de acrílico, boás e as roupas: vestidos coloridos, bem feitos. Caio Gobbi e Dhel Pereira mostraram boa intenção mas precisam amadurecer mais. Gobbi usa tecidos nobres, como veludo alemão, e apresentou um bom casaco em vinil branco. Dhel deveria fazer só moda masculina. Suas mulheres ainda precisam encontrar um estilo próprio. Excepcionalmente hoje deixamos de publicar a coluna Noite Ilustrada. Texto Anterior: Nova versão de "Mowgli" é videoclipe lento Próximo Texto: Zoomp desafia o Rio com moda sintética Índice |
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