São Paulo, sexta-feira, 7 de abril de 1995
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Exército ocupa prédios públicos da capital

LUCAS FIGUEIREDO
DO ENVIADO ESPECIAL

O governo peruano redobrou a segurança nas ruas de Lima (capital) devido às possibilidades de que o grupo terrorista Sendero Luminoso promova ataques antes da eleição de domingo.
O Exército ocupa todos os prédios públicos da capital. Soldados com armamentos pesados guardam os principais hotéis da cidade, principalmente onde se hospedam estrangeiros.
O chefe da missão da OEA (Organização dos Estados Americanos), Santiago Murray, que conta com cerca de cem observadores estrangeiros para acompanhar o processo eleitoral, afirma que até o momento o clima é de pacífico.
Em conversas informais com jornalistas, observadores da OEA dizem que há uma certa intranquilidade com possíveis ataques do Sendero, que há poucos dias ameaçou obstruir a eleição.
Na semana passada, a polícia prendeu Margie Clavo Peralta, supostamente a "número 2" da organização guerrilheira de orientação maoísta, e outros seis dirigentes do grupo.
O líder do Sendero Luminoso, Abimael Guzmán, está preso desde outubro de 1992.
Peralta estaria preparando atentados para a véspera do dia das eleições e teria determinado a grupos do Sendero que tentassem abortar comícios nas comunidades rurais do interior do país.
Duas semanas atrás, um comando terrorista atacou a população de Julcán, na periferia de Lima, assassinou quatro militares e destruiu a sede da junta eleitoral e títulos eleitorais.
Em Ayacucho, Departamento (Estado) situado no centro do Peru, onde o Sendero Luminoso tem sua maior força, várias localidades estão sob estado de emergência -ou seja, estão sendo controladas pelo Exército.
Coca
A dificuldade do governo em combater os terroristas se deve também ao fato de eles estarem associados a narcotraficantes.
O Peru produz 2.000 toneladas de pasta de coca ao ano, produto que se transforma depois na cocaína. A quantidade de pasta de coca produzida é suficiente para fazer 600 toneladas de cocaína, avaliada em US$ 600 mil dólares.
No mês passado, o Exército desmontou um grupo de narcotraficantes em Piura (norte), que tinha em seu poder mais de três toneladas de cocaína pura.
Foi uma das maiores apreensões feitas pelas autoridades peruanas em todos os tempos. (LF)

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